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sábado, agosto 23, 2008

Incidente na Fale/UFMG: jornalismo tradicional X colaborativo

O fato: por volta das 20h do dia 20 de agosto, um estudante entrou na Faculdade de Letras da UFMG e pediu para conversar a sós com uma professora do curso de extensão e aluna de mestrado, pela qual estaria apaixonado. Disparou dois tiros supostamente contra a professora e um contra a própria cabeça. Foi levado em estado gravíssimo para o hospital, onde faleceu.

A cobertura: poucas informações foram publicadas nos portais sediados em BH na noite do incidente. No portal UAI, uma nota muito simples publicada no fim da noite de quinta foi a matéria principal pelo menos até as 12h do dia seguinte (veja a reprodução em outro site, já que foi impossível localizá-la no site original).

O grande destaque do portal nas primeiras horas foi um relato publicado no projeto colaborativo Eu Não Tenho Nome, pela estudante de Letras de UFMG (e jornalismo na PUC-MG) Flávia Denise. A aluna (que mantém um interessante blog sobre livros) nos explicou o processo de apuração e redação da sua contribuição cidadã para o site, num relato que, acredito, é revelador das práticas colaborativos nos portais brasileiros.

Editei minimamente o e-mail gentilmente enviado por ela e, após, aponto algumas questões que me chamaram a atenção.
Eu estava na aula na FALE (Faculdade de Letras) quando desci para o intervalo com um amigo, que dá aula de alemão pelo Cenex, quando vi que tinha carros de polícia e ambulância na frente do prédio. Nós fomos descobrir o que tinha acontecido e perguntamos para o porteiro, que estava muito abalado e só soube dizer que eu ex-aluno tinha tentado suicídio.

Isso apenas nos deixou mais curiosos.. Ele brincou que como estudante de jornalismo eu deveria tentar descobrir tudo e fomos até o carro da polícia ver se alguém falava conosco. No caminho ele encontrou outra amiga, também professora pelo cenex, que estava em prantos. Perguntamos o que tinha acontecido e ele contou que estava dentro da sala quando tudo aconteceu. Conversamos com ela e quando ela foi embora, esse meu amigo disse que ele tem um escaninho na sala do cenex e perguntou se eu queria tentar entrar e ver o que tinha acontecido. Eu topei e nós fomos.

Chegando no quarto andar conversamos com os políciais e ficamos sabendo que nem mesmo os estagiário que tinham deixado até mesmo suas carteiras nos escaninhos não poderiam pegá-las. Eles haviam isolado parte do corredor e perto do cordão de isolamento havia um grupo de estagiário do cenex conversando sobre a Polyana, o João e tudo que tinha acontecido. Meu amigo já tinha me contado que João persegui a a moça, mas com eles eu consegui uma comprovação. Todos contavam casos de momentos em que a perseguição de João havia passado dos limites. Até esse momento não pensava em escrever nada sobre o ocorrido, sou estudante e não posso escrever para nenhum veículo, só pensei nisso depois, quando tudo acabou.

Um desses estagiários estava dando aula na sala ao lado e contou sobre o que ouviu. Ele acabou entrando na minha materinha. Quando eu percebi que nenhuma informação diferente iria sair dali, tirei algumas fotos com meu celular e fui para casa.

Quando cheguei em casa liguei para o meu namorado que é jornalista do eu não tenho nome. Ele está trabalhando a noite para cobrir as olimpíadas essas semanas então estava lá na redação. Contei o que aconteceu e falei que eu ia escrever algo sobre isso e postar no site. Ele concordou e disse que era uma boa ideia. Nesse momento o uai já tinha uma pequena nota sobre o ocorrido, mas estava superficial, cheia de informações erradas.. Escrevi e postei a matéria e o João colocou um link dela na página da matéria oficial. O que escrevi não foi editado, mas quando saiu o nome completo dos envolvidos eu pedi que o João Renato colocasse na minha matéria. Outra mudança foi que eu coloquei que o atirador era paraplégico logo no começo da matéria, ele sugeriu que entrasse depois. Eu mesma fiz essa mudança.


Algumas questões
: o que mais me chamou a atenção foi a pequena (ou nenhuma) interação entre o texto produzido pela colaboradora e pela redação do portal. Durante horas os dois textos permaneceram linkados, mas as informações apuradas pela estudante não foram acrescidas ao material da redação.


Uma contradição inclusive confundia os leitores: a mulher atacada era professora ou aluna? Era aluna e professora, descobri agora no relato da Flávia.

Falta de confirmação dos dados não pode ser uma desculpa, já que, repito, os textos estavam linkados (o link, sabemos, a maior prova de reputação da web).

O jornalismo tradicional e colaborativo devem ser pensados de forma complementar, não?

E outros portais locais, como cobriram o fato? O portal d'O Tempo manteve durante horas uma nota tão incompleta que, como afirmou o Bernardo, é digna de registro em aulas de JOL.

O Hoje em Dia, de site novo, nada noticiou.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Twitadas requentadas, principalmente para #BH

Este blog não morreu, mas está abandonado durante processo de adaptação do autor à nova cidade, novo trabalho, viagens, conexão ainda precária à internet (apesar da banda larga surpreendente da UFV).

O Twitter tem uma parcela de culpa. Várias links sobre os quais gostaria de comentar aqui acabam sendo despachados por lá mesmo, e um post mais detalhado fica adiado pra nunca mais.

Para que não me segue (http://twitter.com/carlosdand) e para dar as caras por aqui, requento algumas dicas interessantes:

Inscrições abertas para o ArteMov, que acontece em novembro em #BH: http://www.artemov.net/. Não por acaso, foco em mídias locativas.

sexta-feira, julho 25, 2008

Knol e a "colaboração moderada"

Anunciado desde o fim de 2007 com a resposta do Google à Wikipédia, o Knol (uma corruptela de knowledgement) foi oficialmente aberto ao público nesta semana (dia 23 de julho).

São muitas as diferenças em relação à "enciclopédia livre e aberta".

Como o blog oficial do Google coloca, a autoria é a chave do novo projeto. Se na Wikipedia a autoria não é explicitada nos artigos (o que não significa que as contribuições sejam anônimas), no Knol os autores são estimulados a se identificar e associar diretamente seus dados aos textos produzidos, inclusive incluindo fotos e links para páginas pessoais.

Não há intenção de produzir um texto consensual sobre cada tema. Os autores são orientados a escrever artigos opinativos e individuais sobre cada tema. Um novo interessado no assunto pode, além de comentar, escrever seu próprio texto como resposta ao anterior. Não há sequer um modelo de texto a ser seguido, ao contrário da Wikipédia, que tem um rígido livro de estilo a ser seguido.

A partir de conceito de "colaboração moderada", o autor de um texto é, por padrão, o único a alterá-lo. Se quiser, pode convidar por e-mail "revisores" para o texto, inclusive antes de torná-lo público.

Os direitos autorais recomendados pelo projeto seguem o padrão Creative Commons, mas é possível alterar para o bom e velho "Todos direitos reservados".

É possível habilitar anúncios do Adsense relacionados ao artigo publicado.

Por ora, está disponível apenas para artigos em inglês.

Análise:

Simplesmente comparar o Knol com a Wikipédia parece-me redutor. Esta propõe-se a ser uma enciclopédia que, ao seu modus operandis, procura gerar um consenso, ainda que provisório, sobre determinado tema.

O Knol é uma mistura de fórum (como o próprio site diz) e revista de forte tendência acadêmica, a julgar pelos primeiros artigos publicados e destacados. Aliás, segue a lógica das revistas ciêntíficas tradicionais, fortemente baseadas nas revisões dos pares e no respeito à autoria. Ao agregar recursos de mídia social (a Gabriela Zago observou bem este aspecto), pode-se dinamizar uma área ainda pouco afetada pela web 2.0.

Alguns problemas já foram detectados e destaco o fato dos artigos não estarem categorizados, o que dificulta bastante a navegação. Fora a busca e os destaques da home, a solução é consultar uma lista absurda de links em ordem alfabética.

E permanece a polêmica: as páginas do Knol têm um peso maior no ranking de buscas do Google? Um dia depois do lançamento do projeto, um terço dos artigos em destaque já estava no top 10 das buscas. Outro exemplo foi relatado pelo próprio autor de um texto sobre a língua russa.

Posts relacionados: Por que torço pela Wikipédia? e Hierarquia e Cauda Longa na Wikipédia

quarta-feira, julho 23, 2008

Jornais são cada vez mais locais, diz pesquisa

Após entrevistar 259 executivos de jornais norte-americanos de diferentes portes, pesquisa recém-lançada do Pew Research Center caracteriza assim os jornais de 2008:

- têm menos páginas do que há três anos, o estoque de papel é menor e as histórias estão mais curtas.
- Publica-se menos matérias nacionais e internacionais, há menos espaço dedicado à ciência, às artes e outros temas especializados.
- A cobertura de negócios ganhou espaço próprio no jornal.
- As palavras-cruzadas encolheram, as listas de TV e dados sobre estoque de empresas (stock tables) foram excluídos.
- Cobertura local cresceu e a reportagem investigativa continua sendo valorizada.

A tabela abaixo deixa clara a tendência do aumento de notícias de caráter comunitário e local, associada à queda de informações de agências de notícias:



Em sua análise, Marshall Kirkpatrick, do ReadWriteWeb, associa a novidade ao potencial crescimento de anunciantes locais e realização de eventos pelas publicações:
While that makes sense, we wonder whether the rise of location-aware computing devices could lead to a shift in even local advertisers and be the last nail in the coffin after Craigslist. There may be other ways for even local news to be monetized, though. How many online news organizations make their biggest money from events?
Ao relacionar com a realidade brasileira, Carlos Castillo aponta uma contradição com uma tendência também identificada na pesquisa: a diminuição das redações.
A ênfase dada ao noticiário local revela um esforço da imprensa em recuperar a confiança do leitor por meio da oferta de informações sobre sua cidade, seu bairro e sua rua. O problema é que este tipo de cobertura jornalística exige um grande número de repórteres dispersos em áreas bastante extensas, o que entra em conflito com as políticas de redução de gastos e de pessoal, adotadas por todos os veículos de comunicação, em intensidade variável.
Sobre a tendência do local, vale a leitura do post do Tiago Dória sobre projetos que unem ainda dispositivos móveis e geolocalização.

Post relacionado: Esboços sobre hiperlocalismo

segunda-feira, julho 21, 2008

Ranking "social" do IMDB: Batman já é o melhor filme

O IMDB é minha grande referência ao pesquisar qualquer dado sobre cinema.

Por usá-lo para apenas para consultas (como faço com o AllMusic Guide, por exemplo), só hoje descobri, via Chá Quente, que o site tem um ranking elaborado a partir dos votos dos usuários e, pasmem, o novo filme do Batman já seria o melhor de todos os tempos!!



A fórmula usada para hierarquizar os filmes, baseada na "true Bayesian estimate", é esta:

weighted rating (WR) = (v ÷ (v+m)) × R + (m ÷ (v+m)) × C

where:
R = average for the movie (mean) = (Rating)
v = number of votes for the movie = (votes)
m = minimum votes required to be listed in the Top 250 (currently 1300)
C = the mean vote across the whole report (currently 6.7) for the Top 250, only votes from regular voters are considered.

Isto é, considera a média dos votos de um filme, um número mínimo de votos para figurar o top 250, a média de todos os votos dos usuários regulares e, principalmente, o número de votos para o tal filme.

O peso desta última variável torna a liderança de The Dark Knight ainda mais surpreendente, pois recebeu apenas 69.135 votos, contra 289.984 de O Poderoso Chefão, atual vice.

Atualização em 25/07: pela fórmula disponível no site do IMDB, o número de votos tende a diminuir, e não aumentar a nota final de um filme. Nossa confusão deve-se a uma leitura de algumas explicações mais gerais sobre a fórmula. Valeu o toque, Thiago. Ainda sobre o tema, vale a leitura do post A Closer Look at Online Rankings.

Buzz?
Distorções da mídia social?
Clássico instantâneo?

Enquanto não vi o filme, posso apenas desconfiar de uma lista que tem Um Sonho de Liberdade em terceiro lugar...

Atualização em 25/07: Tá, o filme é bacana, mas está longe de merecer esta posição...

Post relacionado: Digg altera "algoritimo editorial"

Cartoon: Nacionalismo e hierarquia na Wikipédia

Via ReadWriteWeb.

Espero em breve retomar posts sobre wiki.

quinta-feira, julho 17, 2008

Definições de jornalismo cidadão

Jay Rosen, professor da NYU, propôs uma definição para jornalismo cidadão:
“When the people formerly known as the audience employ the press tools they have in their possession to inform one another, that’s citizen journalism.”
Em português,
“Quando as pessoas anteriormente conhecidas como público usam as ferramentas de imprensa que possuem para se informarem umas às outras, isso é jornalismo do cidadão.” (Tradução de Alexandre Gamela)
O mais bacana é o desdobramento do conceito, proposto inicialmente via Twitter, por outras pessoas. Vale a pena acompanhar.

Vi a dica no Ponto Media.

quarta-feira, julho 16, 2008

(Ainda) o projeto do Azeredo e o escândalo dos banners do Senado

Passei os últimos quatro dias completamente off-line (mini-férias com direito à pescaria de um belo dourado de 8,5kg!) e, de volta, tento recompor as discussões em torno do projeto de lei que criminaliza o uso da internet.

Atualizei a relação de links sobre o tema publicada na semana passada e, dentro do possível (estou de mudança nos próximos dias), volto a fazê-lo em breve. Dois destaques: o vídeo Orgasmo Produzido e o artigo Como azedar a proposta da Lei Azeredo discutem os riscos da criminalização excessiva de comportamentos sociais, o que me parece uma das discussões mais relevantes em torno deste projeto. O artigo Internet brasileira precisa de marco regulatório civil, não criminal, publicado pelo Ronaldo Lemos em maio de 2007, também discute esta perspectiva.

O que me chocou nas leituras recentes, no entanto, foi a denúncia do Contraditorium: o Senado Federal paga R$48 mil por mês para exibir um banner no site www.paraiba.com.br.

Tão grave quanto o contrato com este valor absurdo é a alteração de informações na página do Senado (o contrato seria anual, e não mensal...) após a denúncia e suas repercussões.

Além do Contraditorium, recomendo uma leitura da síntese do Global Voices em português.

Essas e outras nos ajudam a entender porque tanta gente séria apoia a extinção do Senado no Brasil.

quinta-feira, julho 10, 2008

Links sobre o projeto de lei sobre crimes na internet

Aderi de imediato às manifestaçoes que circularam na internet contra o projeto de lei que regulamenta o uso da internet no país, mas confesso que, como da outra vez, imaginei que o projeto rapidamente cairia no esquecimento após ser metralhado pela esfera pública virtual.

Não: foi aprovado pelo Senado na madrugada do dia 10 e vai para a Câmara dos Deputados em caráter de urgência, com previsão de votação já em agosto.

A hora é de mobilização, então por ora tento organizar aqui uma série de links que podem nos ajudar a entender o que está em jogo. Dei preferência a fontes primárias e analíticas mais recentes e, dentro do possível, pretendo atualizar a lista nos próximos dias - novidades em negrito.

(Atualizado às 10h de 21/07/08)

- Versão atualizada do Projeto de Lei da Câmara nº 89 de 2003 aprovado em Plenário dia 09 de julho de 2008

- Íntegra do Projeto de Lei da Câmara nº 89, de 2003, e Projetos de Lei do Senado nº 137, de 2000, e nº 76, de 2000 (arquivo rtf).

- Entenda o projeto de lei dos crimes cometidos por meio de computadores - em matéria da Agência Senado, o senador Aloisio Mercadante os pontos polêmicos do projeto

Manifestações:

- 82 posts do dia da Blogagem Política, muitos deles discutindo a Lei Azeredo.

- Lei sobre crimes virtuais transfere ação do Estado para a sociedade, diz Abranet - Folha Online, 11/07/2008. Infelizmente o site oficial da Associação Brasileira de Provedores de Internet não se manifesta sobre o tema, mas vale a pena dar uma olhada no Código de Auto-regulamentação de operadores de rede e de serviços internet (.pdf) proposto pela entidade.

- Resposta da Assessoria do Senador Eduardo Azeredo à Carta Aberta da Blogosfera (via Google Discovery).

-
OITO PERGUNTAS AO SENADOR AZEREDO SOBRE OS CRIMES NA INTERNET - Réplica do Sérgio Amadeu à resposta da Assessoria de Azeredo.

- Petição online EM DEFESA DA LIBERDADE E DO PROGRESSO DO CONHECIMENTO NA INTERNET BRASILEIRA (com mais de 11 mil assinaturas neste momento).

- MANIFESTO EM DEFESA DA LIBERDADE E DO PROGRESSO DO CONHECIMENTO NA INTERNET BRASILEIRA, publicado no blog do Sérgio Amadeu.

- Texto Segurança e Liberdade na Internet brasileira, de Fábio Luis Mendes, consultor Legislativo da Câmara dos Deputados. Uma das poucas vozes favoráveis ao projeto, faz críticas diretas ao Manifesto em Defesa...

- Chamada para o Dia da Blogagem Política, prevista para 19 de julho.

- Nota da ABCCiber, reproduzida pelo Alex Primo

Posts analíticos:

- No vídeo Orgasmo Produzido, o filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. fala sobre o risco de criminalizar atitudes socialmente aceitas (via Biscoito Fino e a Massa).

- Artigo Como azedar a proposta da Lei Azeredo, publicado por Fábio de Oliveira Ribeiro no Observatório da Impressa (15/07/2008).

- Análise de alguns artigos do projeto pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV.

- PELO PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO... PELO DIREITO DE COMPARTILHAR, EM DEFESA DAS REDES P2P - Blog do Sérgio Amadeu (11/07/2008)

- 2 motivos básicos para rejeitar o PLS 76/2000 - Chá Quente (11/07/2008)

- Site de senador foi feito em desacordo com projeto de lei de crimes virtuais - PSL Brasil (11/07/2008)

- Cut Copy - Alexandre Matias analisa a proposta à luz da "cultura do remix" (10/07/2008)

- Análise do Pedro Doria sobre a aprovação no Senado (10/07/2008)

- Sobre Cibercrimes (08/07/2008) e Mais sobre a aprovação do projeto do Azeredo (10/07/2008) da Raquel Recuero, que (surpresa) também é graduada em Direito

- Terrible new Brazilian Internet law proposal will criminalize brazillions of people (Boing Boing, 04/07/2008)

- Artigo Aseredu cuntinua num intendendu a Tenéti, do Marcelo Trasel no Nova Corja (25/06/08).

- O Projeto de Lei do Senador Eduardo Azeredo e seus custos para o Brasil - nota da Escola de Direito da FGV.

- Quadro comparativo entre o Projeto de Lei do Sen. Eduardo Azeredo e a Convenção contra o Cibercrime do Conselho da Europa (Budapeste/2001) - Safernet


Selos de repúdio ao projeto:



quinta-feira, julho 03, 2008

UFV, aí vou eu...

Saiu hoje no Diário Oficial, então agora é pra valer:

em poucas semanas este que vos fala será professor da Universidade Federal de Viçosa.

A aprovação no concurso (um tanto desgastante) para a disciplina "Jornalismo Online/Novas Tecnologias" foi no meio de junho. Estarei vinculado ao departamento de Artes e Humanidades, que abriga o curso de jornalismo.

Casa com cachorro e jardim, foco no doutorado, bicicleta como meio de transporte, pesquisa e extensão, horários de ônibus Viçosa-BH... Por enquanto, muitas idéias e poucas definições.

Hoje à tarde sigo pra lá, acompanhado pela digníssima, para uma primeira incursão "oficial" pela cidade. Estou empolgado pra burro.

Por ora, veja só o astral do campus:

Polêmica: como planejar e executar um site?


Como Não fazer um site de Mídia Social? (CMS)
foi o post publicado pela Celia Santos no blog Midia Social. Lá, relata a série de dificuldades técnicas que vem tendo para o desenvolvimento do Desabafo de Mãe, um site pra lá de bacana.

Não tardou e a Ladybug publicou uma resposta (Como fazer um site - para qualquer fim) um tanto crítica às colocações iniciais. Marco Gomes emendou (Como fazer um empreendimento na Internet) outra resposta bem direta ao post do Midia Social.

Polêmicas à parte, o assunto é interessantíssimo e os dois primeiros post estão cheios de links de primeira.

quarta-feira, julho 02, 2008

Alguns trabalhos acadêmicos (recentes) de JOL

Alguns trabalhos bem bacanas realizados em cursos de jornalismo e citados pela blogosfera nos últimos dias:

- Ambulantes no Trem, TCC de cinco estudantes da Universidade Anhembi Morumbi. Via Andre Deak, que publicou um relato de um dos novos jornalistas sobre a reportagem multimídia.

- Descampado, trabalho sobre o campus da UFPE realizado na disciplina Jornalismo Investigativo, sob coordenação da profa. Adriana Santana. Via GJOL.

- Focas na Rede, TCC de três alunos de jornalismo da UFMG dispostos a elaborar uma rotina de cobertura multimídia com periodicidade semanal. Gostei tanto do produto quanto do processo (participei da banca deles na terça, dia 30).

Aproveitando o embalo, visite o post anterior com alguns trabalhos que fiz com meus alunos no semestre que está acabando. Ou já acabou.

Atualizações:

- Entre Muros da Colônia - especial multimídia produzido por alunos da USP


P.S. - Em breve, grandes novidades.

terça-feira, junho 10, 2008

Mashups Bairros BH e outros trabalhos

Há um bom tempo não linko por aqui trabalhos produzidos com/por alunos, mas para que este blog não esqueça suas origens, selecionei algumas produções de interesse mais amplo.

Os que mais me animam neste fim de semestre são os mashups produzidos pelos alunos de Jornalismo e RP. Eles adicionaram ao Google Maps fotos, trechos de entrevistas e até podcasts sobre bairros de Belo Horizonte, onde entrevistaram moradores e procuraram mapear as relações sociais entre eles.

Visite o nobre e engarrafado Belvedere, o Aglomerado Santa Lúcia e os nobres bairros vizinhos, a tradição do Santa Tereza, a religiosidade do Bairro da Graça e a badalada Savassi. Há também um guia dos shopping centers da cidade.

Entre os podcasts, gostei especialmente das dicas para remixar um spy trance no Fruit Loops e uma entrevista com Márcio Borges, do Clube da Esquina. Os demais estão aqui.

E com signicativo pesar, entre os blogs indico uma visita ao Jornalismo 5 Estrelas, que segue crescendo enquanto o ex-Ipiranga continua na crista da onda.

P.S. - A falta de atualização do blog no último mês deve-se a uma trementa falta de tempo, associada a uma ou duas doses de menor priorização. A situação não deve melhor muito até o fim de junho, pelo menos. Me esperem aí.

domingo, maio 18, 2008

Livros colaborativos nas Bienais de MG e SP

Duas iniciativas de produção coletiva de textos vinculadas a grandes eventos do mercado editorial:

na Bienal do Livro de Minas (que vai até 25 de maio, domingo) o Projeto Livro Aberto convida os interessados a escreverem histórias a partir das idéias registradas pelo visitante anterior.

O site está abaixo da crítica, não encontrei absolutamente nada sobre a atividade (sequer a programação da Bienal), mas o Mercado Web Minas afirma que o resultado será publicado no site da Universidade Fumec.

Em São Paulo, o escritor Moacyr Scliar deu início a uma história e os interessados podem enviar contribuições de até 20000 caracteres para o Livro de Todos. Neste projeto observa-se fica clara a "mão pesada" dos editores: "todos os textos escritos serão enviados para uma comissão de edição que poderá utilizar livremente todo o texto ou partes deste texto na composição final do conteúdo", dizem no site.

A edição será diária até 16 de junho e a versão final será lançada na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre 14 e 24 de agosto.

quarta-feira, maio 14, 2008

(BH) Seminário Mineiro de Educação Profissional e Tecnológica

Interessados em Educação a Distância têm encontro marcado no evento promovido pelo Senactec nos dias 29 e 30 de maio.

Na programação, debates e oficinas sobre Ambiente Virtual de Aprendizagem, Convergência digital, TV digital e Webconferência.

Até 20 de maio, as inscrições custam R$250. O evento promovido pelo Senac Minas acontece no Hotel Mercure, em Belo Horizonte.

sexta-feira, maio 09, 2008

O futuro do jornalismo, por Rosental Calmon Alves

Com o entusiasmo juvenil e uma atuação performática digna de publicação no Youtube, o professor Rosental Calmon Alves ministrou a palestra (Re)Construção do jornalismo para a Era Digital durante o 3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.

Durante uma hora e meia, o diretor Knight Center for Journalism in the Americas (Texas) tentou convencer uma platéia quase assustada que as perspetivas da mídia e do jornalismo são ao mesmo tempo dramáticas e promissoras.

Atônitos, os estudantes e profissionais não estão sozinhos: segundo Rosental, a postura é compartilhada por muitos proprietários das mídias tradicionais, que sabem que algo está acontecendo mas não sabem o que fazer daqui pra frente.

(Sintomaticamente, a palestra correu em um auditório off-line. Pensando bem, pouca diferença fez para a grande maioria - para se ter uma idéia, só meia dúzia dos presentes, incluindo o próprio palestrante, conhecia o Twitter).

Alguns pontos destacados:

- Mais do que uma revolução tecnológica, a internet traz uma ruptura histórica comparável a dois momentos: revolução do tipo móvel e Revolução Industrial.

Vivemos um intenso processo de remediação do complexo de mídias. Usando conceitos de Roger Fidler, argumenta que não estamos presenciando uma midiamorfose, que foi o processo de adaptação das mídias de massa na era industrial, mas um midiacídio, ou morte de um sistema midiático, que dá lugar a outro. Basta lembra que o Google é empresa de mídia, e cada vez mais importante.

- Ruptura do modelo emissor/receptor ainda causa pânico nas redações. Sem especificar qual, citou uma publicação onde os jornalistas estão em "estado de rebelião" porque o site agora aceita comentários dos leitores. E mais: "NYT morre de medo dos comentários".

A imprensa é apenas um dos elementos do complexo de midias cotidiano do público. Dividem espaço, entre outros, com as mídias sociais, onde os indivíduos conectados tomam o poder da midia. A "pessoa em rede", no melhor estilo "broadcast yourself", cativa e fideliza suas microaudiências. A comunicação midia-centrica torna-se "eu-centrica", com controle total sobre a produção, edição, acesso, distribuição de conteúdos.

Notícia era o fim, hoje é o começo de uma discussão em que o jornalista deve preservar a posição de editor ou mediador do debate. Neste sentido, uma investigação jornalística pode ser aberta, através da publicação de um resultado parcial sobre uma fraude, por exemplo, solicitando ao público complementos àquela informação inicial.

- Jornalismo é conservador e hierarquizado. Talvez por isso, vive um cenário mais que preocupante. Nos EUA, houve a eliminação de 3.600 vagas de jornalistas nos EUA na última década, configurando a pior crise da história da imprensa.

O modelo traçado é de desconstrução de seu modelo industrial para novas estruturas adequadas à era digital, com eixo principal na internet (Web first!).

Praticamente todas as redações dos EUA adotaram operações híbridas: digital + papel. Mais do fusão, exige-se uma alteração conceitual no modelo de operação. Como o modelo da
Gannett: redação deixa de ser newsroom e torna-se information center.

Dois exemplos:

Atlanta Journal Constitution alterou a estrutura da redação de 12 para 4 seções: noticias e informações (dia-a-dia), enterprise news (reportagens especiais), edição impressa (editores, diagramadores etc) e digital/Web.

El Tiempo (Colômbia) implementou dois departamentos: um que busca notícias e outra que as publica.

Para mais sobre o tema, vale uma leitura do artigo Jornalismo digital: Dez anos de web… e a revolução continua, publicado em 2006 na revista Comunicação e Sociedade.

sexta-feira, maio 02, 2008

Links locais num quase feriado

Agenda local: a turnê literária de David Lynch, em agosto, incluirá BH (dica do Marcelo).

Em outubro, Mudhoney está de volta ao Brasil. Vêm a BH no dia 10/10, quem sabe repetindo a sensacional guerra de cuspes com a platéia que marcou o show anterior por aqui no ano 2000 ou 2001.

Um tanto impressionante o relato da Camila Cortiella, quase foi presa porque carregava uns panfletos da Marcha da Maconha.

Bazar 21 relata que estão abertas as inscrições de projetos com ênfase em novas mídias e/ou tecnologias para Pecha Kucha Night (PKN), um dos eventos do Emoção Art.ficial, que acontece em SP de 03 a 05 de julho.

P.S. Este post é fruto do esforço (não disse sacrifício) de acompanhar mais de perto a blogosfera belohorizontina. Várias idéias de atuação local estão pipocando, espero conseguir priorizá-las num futuro não muito distante. Interessados?

terça-feira, abril 29, 2008

(BH) Luis Nassif no SJPMG

"A internet e o jornalismo alternativo" é o tema do debate que acontece no dia 06 de maio, às 19h30, no Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.

Se você está fora do planeta nos últimos meses, saiba que Nassif, além de manter seu blog, está escrevendo um dossiê sobre a revista Veja.

Por isso, o papo promete ser quente.

O SJPMG fica na av. Álvares Cabral, 400 - Centro.

A dica vem do recém-lançado Mercado Web Minas.
Seja bem-vindo, Marcelo.

terça-feira, abril 15, 2008

(BH) Mostra de Design

A quarta edição da Mostra de Design já começou e, até o dia 25 de abril, promove eventos diários no Café com Letras.

A programação inclui palestras e seminários, sempre às 19h30, e mostra da obra e reflexões sobre o processo criativo de vários designers.

No dia 24, quinta, estarei por lá como curador do seminário Design em Hipermídias, que terá como convidados Gustavo Timponi (Sapien Interactive), Herbert Rafael (3bits Estúdio Criativo/UFMG/UNA) e Marília Bergamo (UNA/UFMG).

Tudo com entrada franca.

quinta-feira, abril 10, 2008

O Binóculo agora Offline

A revista eletrônica O Binóculo expande seus planos de dominação do mercado editorial e acaba de lançar uma versão (literalmente) Off-Line.

Trata-se de um pdf com diagramação especial e contendo as principais matérias do site e colaborações exclusivas.

A edição zero conta com um texto meu: Pensando em Caixa Alta.

Baixe o pdf, ponha o notebook no colo, um copo de café ao lado e aproveite o material...

segunda-feira, abril 07, 2008

Livros de jornalismo com desconto

Em comemoração ao dia do Jornalista, a editora Contexto está dando um desconto de 30% no catálogo de livros sobre jornalismo.

A ação vai até 13 de abril, domingo.

Mais informações no JW.

sexta-feira, abril 04, 2008

(BH) Debate Hipertexto e Desconstrução

O projeto A Tela e O Texto, da Fale/UFMG, convida para o debate Hipertexto e Desconstrução: estratégias de leitura.

A expositora é Miriam Mansur (Mestre em Literaturas de Expressão Inglesa pela FALE/UFMG) e a debatedora, Angelina Maria Ferreira de Castro (Mestre em Teoria Literária pela Faculdade de Letras da UFMG).

O evento será no dia 11 de abril sexta, des 18h às 20h, na sala 3053 da Faculdade de Letras (campus Pampulha). Mais informações pelo e-mail forumdeensinodeleitura@gmail.com.

quinta-feira, abril 03, 2008

(BH) Vaga para redator do site do Palácio das Artes

Mais uma dica da lista WebjornalistasBH: Sérgio Rosa manda avisar que estão contratando um jornalista para a vaga de redator do site do Palácio das Artes.

Currículos para editor@fcs.mg.gov.br.

(Fui editor da versão antiga do site nos idos de 2003 e 2004 e recomendo a experiência)

JOL em concursos públicos

Via lista WebjornalistasBH, Marcelo Sander levantou a bola: o jornalismo online, em suas diferentes vertentes, foi tema de três das 30 questões da prova sobre jornalismo no concurso para a ALMG, realizado no domingo, dia 30 de março.

Quantas questões você acertaria? Deixe um comentário...
Daqui um tempo revelo o gabarito por lá. Veja as respostas.

P.S. - O concurso vai selecionar jornalistas para os cargos de Assessor de Imprensa, Editor de Texto de TV, Produtor de TV, Repórter de Rádio e Repórter de TV. Faltaram umas vagas pra Jornalismo online, não?

1. O desenvolvimento do webjornalismo ou jornalismo online vem produzindo mudanças na prática jornalística, em especial, no processo de pesquisa e apuração de informações.

Em relação a esse processo, é INCORRETO afirmar que:

a) a apuração jornalística passa a demandar o uso de ferramentas para análise e interpretação de grande volume de dados.

b) a cresccente disponibilidade de dados aumenta a necessidade da verificação e checagem de informações.

c) o aumento das bases de dados digitalizadas simplifica a definição das fontes a serem utilizadas na produção jornalística.

d) os conteúdos produzidos por usuários da rede se tornam uma fonte importante para coleta e processamento de informações.

2. A crescente participação dos usuários tem sido indicada como uma das características marcantes na expansão e desenvolvimento da web, com repercussões também no universo da comunicação institucional.

Todas as seguintes afirmativas indicam práticas colaborativas características da chamada "web 2.0" na comunicação institucional de uma casa legislativa, EXCETO:

a) a página web disponibiliza ferramentas que permitem ao público enviar para os editores comentários sobre os conteúdos publicados.

b) a página web dispõe de canais para compartilhamento e publicação de conteúdos propostos pelos cidadãos acerca do trabalho da instituição.

c) o noticiário no site institucional inclui conteúdos gerados por usuários e fóruns abertos para proposição de matérias.

d) o site da TV legislativa permite que os usuários escolham, avaliem, proponham e disponibilizem produções acerca do trabalho legislativo.

3. Analise as seguintes afirmativas sobre as características do jornalismo online ou ciberjornalismo e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.

( ) A natureza multimídia não permite que a produção jornalística tenha grandes volumes de texto.
( ) Cada relato jornalístico pode apresentar estrutura hipertextual própria para organização da informação.
( ) Nas estruturas textuais lineares, os blocos de texto têm um ou mais eixos de ligação.
( ) Os produtos jornalísticos podem ser híbridos com características de base de dados, fóruns públicos e bibliotecas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA:

a) VFVF
b) FVVV
c) VFFV
d) FVVF

quarta-feira, abril 02, 2008

(BH) Eugênio Bucci no Sempre um Papo


Na terça, dia
15/04, o jornalista Eugênio Bucci lança em BH o livro “Em Brasília, 19 horas” , em que relata sua experiência como presidente da Radiobras durante o primeiro mandato de Lula.

Em suma, Bucci fez a estatal de comunicação deixar de ser um elefante branco para tornar-se um exemplo de adaptação às novas mídias e ao jornalismo de caráter público. Uma revolução.

Para conhecer algumas de suas idéias , recomendo a série de artigos "A imprensa e o dever da liberdade – A responsabilidade social do jornalismo em nossos dias", publicados no Observatório da Imprensa.

O evento do projeto Sempre Um Papo será às 19h30, no auditório da Cemig (Av. Barbacena, 1.200 – Santo Agostinho), com entrada gratuita. Pede-se doações de livros para as bibliotecas comunitárias.

segunda-feira, março 31, 2008

Falta moderação ao site da Veja, diz Nassif

No embalo do post de ontem, onde comento a iniciativa da CNN de lançar um site que questiona a necessidade de uma mediação jornalística, vale ler a opinião de Luis Nassif sobre o jornalismo praticado nos sites da editora e, em especial, da Veja. O catalizador é Reinaldinho Azevedo, o inimigo número da blogosfera política brasileira.

Um trecho:

Esse é o padrão de jornalismo digital da Veja, que a Abril não tratou de moderar até hoje. A Editora continua sem rumo, sem controle sobre sua principal publicação, permitindo que as páginas do seu portal sejam invadidas por um padrão que não se encontra nem em regiões de baixo meretrício.

Com a Internet, a Abril se expõe perante o mundo. Qualquer cidadão, de qualquer parte, que quiser analisar a Veja, terá à sua disposição arquivos do mais fétido jornalismo.

domingo, março 30, 2008

CNN: fim da mediação jornalística?

Motivado pelo artigo Behind CNN's New Citizen Media Site, do Poynter Institute, resolvi enfim dar uma olhada mais cuidadosa na recente iniciativa de user generated content da CNN, o IReport.

Sem edição e sem filtro, como proclama seu slogan, funciona como um YouTube da emissora de TV. Os vídeos mais importantes e destacados são veiculados na programação tradicional e ganham no site a tarja "On CNN".

Interessante observar que a emissora não vincula sua marca diretamente ao site de UGC, por exemplo através do tradicional menu superior de navegação.

O que mais me chamou a atenção, no entanto, foi o texto que justifica a abertura do site a publicações sem moderação jornalística (na versão anterior, apenas o conteúdo aprovado - cerca de 10% - era liberado para o público). Ainda que seja tanto publicitário, o texto representa uma ousada tomada de posição por parte da rede de TV mais poderosa do planeta. É quase um manifesto.

Fiz uma livre tradução do texto, abaixo:

E se nós voltássemos este site para você?

E se permitissemos as pessoas publicarem vídeos brutos e contarem histórias que você nunca veria na CNN?

E se tudo isso tivesse um discurso politicamente incorreto?

E se não nos preocupássemos se as histórias estão equilibradas?

E se, ao invés de nós confirmarmos todas as nuances, confiássemos em você para determinar a acuidade (ou não) de uma informação?

E se criássemos um site onde a comunidade - e não a CNN - se tornasse o "O Nome Mais Confiável das Notícias?"

Assim, nós desenvolvemos o IReport.com. Não brinque conosco. Este conteúdo não é vetado ou lido anteriormente pela CNN. É sua plataforma. Em alguns meios jornalísticos, isto é considerado perturbador, até mesmo controverso! Mas nós sabemos que o mundo das notícias está mudando. Nós sabemos que mesmo aqui na CNN nós não podemos estar em todos os lugares, todo o tempo seguindo todas as histórias que importam a você. Assim, te demos o IReport.com. Você vai programá-lo, vai policiá-lo; você vai decidir o que é importante, o que é interessante, o que é notícia.

quinta-feira, março 20, 2008

Cães, Obama e as páginas mais visitadas da Wikipédia

A Letícia deu a dica e fui lá conferir: Wikipedia article traffic statistics mostra, mês a mês (desde dezembro de 2007), o volume de acessos de uma página da Wikipédia em várias línguas (português inclusive) e quais foram as páginas mais visitadas na versão em inglês. O responsável pela página é o wikipedista sueco Henrik.

Em fevereiro, o artigo de Barack Obama aparece em sexto lugar, com 2.253.851 exibições. Se desconsiderarmos páginas de serviço, como busca, página principal, página aleatória etc, o pré-candidato democrata é o tema mais visitado do mês.

O artigo sobre o republicado John McCain aparece em 10º lugar, com 1.250.044 exibições. Está atrás das páginas sobre o Dia dos Namorados, sobre a própria Wikipédia e sobre reprodução canina (!). Hillary Clinton está em 82º, com menos de 500 mil visitas.

A página sobre a vida íntima dos melhores amigos do homem, por sinal, é um caso curioso. Segundo o gráfico (abaixo), teria saído de uma visitação medíocre para picos de audiência entre os dias 19 e 29 de fevereiro. Neste período, superou de longe os acessos de Obama.

Se tiver uma pista do motivo, por favor deixe um comentário!

RSS no Estado de Minas

O caderno de Informática do jornal Estado de Minas traz hoje uma matéria sobre o uso do RSS, assim como os impactos deste modelo de distribuição de informações para usuários e empresas.

Fui uma das fontes entrevistadas pelo jornalista Marcelo Portela e, como a matéria está disponível apenas para assinantes (o que seria mais anti-RSS do que isso?), reproduzo um trecho abaixo:
A profusão de fontes de informações na internet pode deixar qualquer um no mínimo desorientado. Com milhares de portais de notícias, blogs, podcasts, vídeos e curiosidades no ar, quem quiser verificar as atualizações de cada página pode passar o dia inteiro em frente à tela visitando os sites e consultando uma lista de favoritos do tamanho de um catálogo telefônico. Com alguns cliques do mouse para o cadastro de páginas em um agregador de notícias, no entanto, o usuário tem como evitar uma tremenda perda de tempo e, de quebra, personalizar sua navegação na web.

Em seu livro A vida digital, um dos fundadores do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Nicholas Negroponte dedica o capítulo “Horário nobre é o meu” a mostrar como o sistema de televisão tende a ficar mais flexível, com a possibilidade de o telespectador escolher a hora em que quer ver seu programa preferido. Muito mais do que a TV, no entanto, os feeds – como são chamadas as informações que alimentam os agregadores – permitem que o usuário controle toda a sua navegação. “A personalização dentro da rede não é uma tendência. É uma realidade. A pessoa pode selecionar o que lhe interessa sem precisar conferir toda hora se há algo novo”, observa o professor da PUC-Minas Caio César Giannini Oliveira, especializado em novas mídias e produção digital.

Adepto dos feeds desde 2005, o professor ressalta que, por reunir em um só lugar todas as páginas de preferência do internauta, os agregadores ajudam a poupar um tempo cada vez mais precioso. “Os leitores de feeds são uma ferramenta útil para qualquer pessoa, mas principalmente para quem depende da internet para o trabalho ou alguma pesquisa, porque permitem acesso a muito mais informações sem que a pessoa precise visitar vários lugares”, afirma.

Diversão E não é só em relação a notícias que os feeds podem agilizar a navegação. Cada vez mais, a internet também é usada como fonte de entretenimento. Vídeos, fotos, músicas, podcasts, sites de humor. Praticamente todos os portais de diversão que são sucesso de audiência entre internautas, como YouTube, Flickr, Google Vídeos, My Spaces e diversos outros, também oferecem o serviço de RSS para que o usuário fique por dentro das atualizações.

Além deles, os blogs são outros que adotaram definitivamente o serviço de RSS, que permitem que os internautas acompanhem cada novo post. Esse processo, inclusive, faz parte da aulas de novas mídias do professor Carlos d’Andréa, da UNA. “Os alunos têm que criar um blog e eu acompanho o trabalho por meio dos feeds. Eles também permitem que os estudantes acompanhem a produção dos colegas”, diz.

Usuário visceral de RSS há três anos, Carlos d’Andréa conta que trocou as newsletters que recebia no leitor de e-mails pelos feeds e agora tenta mostrar aos alunos as vantagens do serviço, em vez de consultas aleatórias à rede. “Estamos em uma ditadura dos mecanismos de busca, mas eles são um buraco negro e nem todos sabem fazer uma pesquisa mais restritiva. O RSS é a solução para isso, porque a pessoa usa os feeds das fontes de informação dos temas que interessam”, afirma. Mas ele ressalta que também é preciso cuidado para a navegação não ficar muito restrita. “Com os feeds, a pessoa pode montar um portal próprio, com todos os sites que a interessam, mas isso não é o ideal. Não se pode fechar demais a busca por informações”, conclui.

Atualização às 16h15: a charge acima resume o lado obscuro dos RSS: sempre haverá mais feeds para ser lidos do que tempo para visitá-los. Encontrei no Tá Postado

segunda-feira, março 17, 2008

Wiki Links

Alguns links acessados nos últimos dias sobre apropriações da ferramenta wiki:

1) Gerry McKiernan, no blog Scholarship2.0, faz uma compilação de dicas para uso da Wikipédia como exercício na sala de aula. Entre as práticas indicadas para cultivar o gosto pela ferramenta, há possibilidade de linkar artigos órfãos com páginas correlatas, traduzir artigos para outros idiomas ou, é claro, editar artigos considerados incompletos. Muito interessante.

2) Uma matéria da revista Scientific American (Science 2.0: Great New Tool, or Great Risk?) discute os impactos das práticas e softwares de mídia social sobre a produção e divulgação científica. Um dos grandes exemplos é o wiki OpenWetWare, que reúne milhares de pesquisadores da área biológica.

Uma das opiniões mais interessantes sobre a Ciência 2.0 vem do editor do site de pesquisa médica PLoS ONE, Christopher Surridge. Ele defende as novas práticas dizendo que "a ciência não existe só porque as pessoas estão fazendo experimentos, mas porque estão discutindo sobre eles". Em outro trecho, sentencia: "web 2.o adequa-se perfeitamente ao funcionamento da ciência. A questão não é se a transição vai acontecer, e sim qual sua velocidade".

Adequando-se ao tema, M. Mitchell Waldrop, autor do artigo on-line da SciAm, logo na abertura convoca os leitores a opinar sobre a versão 1.0 elaborada por ele. Os comentários, diz, serão considerados na versão impressa do texto, prevista para os próximos meses.

3) Enquanto isso, Jimmy Wales é o foco de um artigo do NYT , que o acusa, entre outras coisas, de:
- editar a página na Wikipédia sobre uma comentarista de TV com a qual teve um romance;
- gastar de forma abusiva o dinheiro doado para a Wikipédia;
- estar muito próximo de empresas de capital de risco e milionários como George Soros.

Aparentemente tranquilo, ele segue confirmando o caráter não-lucrativo da Wikimedia Foundation (mas não nega o affair e a edição do artigo sobre a moça).

Acesse: Open-Source Troubles in Wiki World ou a versão traduzida sem links.

Do mesmo autor, Noam Cohen, vale ainda ler o artigo Start Writing the Eulogies for Print Encyclopedias, em que relata o esforço das enciclopédias tradicionais para sobreviver nesses tempos colaborativos.

Dica inicial da Daniela Bertocchi.

quarta-feira, março 12, 2008

(BH) Palestra Identidades em Chats


Nesta quinta, dia 13/03, o professor Júlio César Araújo (UFC) ministra a palestra
Aspectos Lúcidos na Construção de Identidades em Chats: uma análise etnográfica.

Doutor em Linguística, é organizador do livro
Internet & Ensino — Novos Gêneros, Outros Desafios.

O evento acontece na sala 3005 da Faculdade de Letras da UFMG (campus Pampulha), às 9h.


terça-feira, março 11, 2008

Kotscho e o jornalismo colaborativo

O jornalista Ricardo Kotscho foi o convidado dessa terça, 11/03, no projeto Sempre um papo. Ele veio a BH lançar seu mais recente livro, Uma Vida Nova e Feliz (que embora tenha nome e capa no estilo auto-ajuda, é uma compilação de crônicas publicadas no falecido NoMinimo após sua saída do cargo de secretário de Imprensa e Divulgação do governo Lula).

Já no final da sessão de perguntas, uma dupla de estudantes de jornalismo perguntou o que ele achava do "jornalismo colaborativo".

Surpreso, perguntou "o que é isso?", dividindo a platéia entre risos pela sinceridade e tentativas de explicar a nova tendência.

Ícone de uma geração de repórteres do impresso, estaria assinando um atestado de obsolescência quanto às tendências da mídia?

Logo no início da palestra, no entanto, após demonstrar entusiasmo com as possibilidades da internet, afirmou:
O jornalista perdeu aquela pose de autoridade, tomou uma lição de humildade. Tem agora um novo papel: selecionar, organizar, dar sentido à quantidade de informações publicadas.
Kotscho pode nunca ter ouvido falar de jornalismo colaborativo, mas já pegou o espírito da coisa.

Como seria bacana vê-lo num projeto 2.o...

quarta-feira, março 05, 2008

(BH) iMastersMinas 2008

O evento é só no dia 17 de maio, sábado, mas reserve deste já a agenda para o iMastersMinas 2008.

Na programação, um dia inteiro de debates, palestras e networking (êta palavrinha desnecessária...).

Será no Minas Centro e as inscrições custam (até 01/05) apenas R$50.

Quem deu a dica foi o Caio Cesar, que será um dos palestrantes.

terça-feira, março 04, 2008

LInks: TV Digital, Edital Periódicos, Edublogosfera, Entrevista, Ódio

Alguns links interessantes, talvez mais para os acadêmicos de plantão.

A Fapemig abre edital (PDF) de apoio financeiro à publicação de periódicos científicos institucionais, impressos ou eletrônicos. Vale, claro, para instituições de ensino e pesquisa sediadas no Estado de Minas Gerais.

Jorge Rocha e Gilberto Pavoni Jr fizeram uma interessante entrevista com o Rogério Christofoletti, do Monitorando.

Já está funcionando uma nova lista de discussão, a edublogosfera, articulada pela Suzana Gutierrez, Sérgio Lima e Lilian Starobinas (cujo blog desconhecia, e gostei). Quem sabe não minimiza meu desânimo crescente com as listas que assino...

O primeiro mestrado em TV digital foi aprovado pela Capes e começa na Unesp em agosto.

Como desdobramento de um trabalho de conclusão de curso, está disponível para download o livro wwwodio, do jornalista Lucas Guedes. Numa primeira navegação pelo PDF, vi que relata casos repugnantes de racismo e ódio na rede e as eventuais medidas judiciais tomadas. Boa iniciativa!

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Hierarquia e a Cauda Longa na Wikipédia

Pelos comentários, Bernardo Esteves avisa: vale a pena ler o post do Pedro Doria baseado no artigo Digg, Wikipedia, and the myth of Web 2.0 democracy, de Chris Wilson na revista Slate.

Em suma, o artigo questiona a proclamada democracia em sites de conteúdo colaborativo como a Wikipédia e o Digg. Nestes, aponta, há uma minoria de usuários que comandam a administração, realizando grande parte das atualizações e muitas vezes impedindo a plena participação dos menos ativos.

Vários argumentos e dados citados não são novidade, como a revolta que a alteração do algoritmo do Digg provocou na elite que domina a edição do site. O fato de 1% serem responsáveis por metade das edições também não surpreende: em 2007 circulou amplamente a regra dos 1%, que generaliza a mesma proporção encontrada numa pesquisa acadêmica realizada no Palo Alto Research Center.

Algumas conclusões desta pesquisa (PDF), no entanto, chamam a atenção. Uma das hipóteses dos autores previa um papel de guardiões para os editores mais ativos, isto é, suponha-se que estes se ateriam mais a aperfeiçoar os artigos do que a acrescentar novas informações. Descobriram o contrário: quem já editou mais de 10 mil vezes inclui o dobro de informações do que apaga, enquanto os usuários menos frequentes preocupam-se mais em consertar do que adicionar. O gráfico abaixo revela a intensidade da participação da minoria:



Surpreende o fato dos "líderes" preocuparem-se muito mais com a abertura de novas frentes de trabalho, enquanto os "operários" ocupam-se com os erros que ficaram para trás?

A conclusão da pesquisa norte-americana não vai de encontro ao que parece um consenso: a Wikipédia é um site altamente hierarquizado, ao contrário do que os utópicos da inteligência coletiva nos querem fazer crer. Como dizem Tapscott e Willians em Wikinomics, a produção colaborativa “mistura elementos de hierarquia e auto-organização", num processo caracterizado pela “divisão altamente especializada de trabalho”.

Por fim, basta citar, acompanhada de um gráfico, uma frase enfática do prof. Ed Chi, um dos autores do estudo: "We have a long tail architecture of participation in Wikipedia"


Em suma: hierarquia, auto-organização e cauda longa são os componentes explosivos do principal case de um modelo promissor de produção de conhecimentos.

PS - a) Discordo de Doria quando ele diz que o "discurso popular é que quem entende de um assunto escreve um verbete". Muitas páginas pessoais mantidas dentro da Wikipédia revelam que é comum os usuários escrevem sobre vários assuntos, sem qualquer coerência aparente.
b) Dentre as baboseiras escritas pelos visitantes do Doria, vale ler o comentário do Hermenauta. c) Aliás, Doria, o título do post - Como Funciona a Wikipédia - está um tanto otimizado para ferramentas de buscas, não?

Posts relacionados: Por que torço pela Wikipédia e A Wikipédia no acidente do vôo TAM 3054

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Reputação, Gratuitos, Wikis, Bahia Digital

Alguns links interessantes visitados nesta manhã:

Divulgando a publicação online (e gratuita) do livro The Future of Reputation, Raquel Recuero aproveita para dissertar sobre a características da reputação na www - e eu aproveito para dar a ela um registo a mais no Technorati ;-)

Falando em "0800", Renato Cruz entrevistou Chris Anderson, que discorre sobre a "economia do gratuito", tema do seu próximo livro Free, previsto para o próximo ano. Imperdível.

- Wikipedia and the New Curriculum (via Monitorando).

- Convergência Digital - Inclusão Digital - Bahia monta estratégia para virar Estado Digital

(BH) Revistas de Cinema na Mostra Filmes Polvo

(Será a cidade está acordando após o longo e tenebroso verão?)

Em comemoração ao primeiro aniversário da revista eletrônica de cinema Filmes Polvo começa nesta quinta, dia 28/02, a 1a mostra filmes polvo de cinema e crítica.

Entre as exibições e debates programados para o Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, destaco a mesa redonda “O panorama das Revistas Eletrônicas de Cinema no Brasil”, que terá como convidados Ruy Gardnier - RJ (Contracampo), Cesar Zamberlan – SP (Cinequanon), Cléber Eduardo - SP (Cinética), Rafael Ciccarini - MG (Filmes Polvo) e Sérgio Alpendre - SP (Paisà). O mediador é Marcelo Miranda, jornalista e crítico do jornal O Tempo e da Filmes Polvo.

Será na sexta-feira, 29 de fevereiro, à 19h.

Estou querendo aparecer por lá. Alguém anima?

domingo, fevereiro 24, 2008

Podcasts da UCBerkeley

Palestras e cursos ministrados na Universidade da Califórnia Berkeley estão disponíveis para download no formato mp3 ou rm (compatível com RealPlayer) através do projeto webcast.berkeley.

Numa primeira navegação pelo diretório foi possível encontrar alguns podcasts e webcasts bem interessantes:

Em The Case for Mutability: Library 2.0 and Implications for Academic Library Staffing, Organization, and Leadership, o bibliotecário James Neal fala dos impactos da web2.0 sobre a bibliotecas tradicionais e a necessidade das novas unidades informacionais contemplarem a proposta colaborativa e descentralizada típica de blogs e wikis. O palestrante é contra o investimento de grandes cifras na construção ou ampliação de bibliotecas físicas (nos EUA, milhões de dólares são destinados para este fim), já que não depende-se mais desses espaços para estudar e pesquisar, e relata a falta de profissionais preparados para lidar com os novos desafios da profissão.

O seminário The Economics of Open Content, realizado em janeiro de 2006 no MIT, reuniu especialistas para discutir como o rápido crescimento dos conteúdos abertos e gratuitos está impactando a indústria da TV, cinema, software, games etc.

Uma conversa entre Orville Schell, da Escola de Jornalismo de Berkeley, e Alan Rusbridger, editor do jornal londrino The Guardian, compõem o webcast Can Newspapers Survive and Serve the Public Interest, gravado em março de 2006.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Links no fim da semana

Semana pra lá de corrida, com n prazos estourando, mal tive tempo de olhar para o blog. Me forçarei para impor uma rotina, mas temo que os sumiços sejam mais frequentes que o desejado.

Para não passar batido, alguns links bacanas pelos quais passeei estes dias:

- Em breve o Google exibirá anúncio de vídeos dentro do modelo Adsense. Um ganho e tanto para os anunciantes e pro modelo de negócios do "chuck norris das buscas". Segundo o NYT (Google Tests Video Ads on Search Results Pages), os testes já estão acontecendo e a qualquer hora podemos esbarrar com a novidade ao fazer uma busca.

- Alberto Marques, no blog do Gjol, avisa que os vídeos do Campus Party estão no site da Fundação Vanzolini.

- Uma dica que vi no Coluna Extra e com certeza vai agradar ao Alex Primo: Comiqs, um site web2.0 para compormos histórias em quadrinhos.

- Direto de Havana, Andre Deak relata o (pequeno) impacto da renúncia de Fidel sobre a população cubana e faz uma análise com a qual concordo plenamente:
Tenho a impressão de que os jornais haviam preparado um extenso material especial para a morte de Fidel. Isso é prática comum nas redações – alguém famoso anuncia que está doente e já montam galerias de fotos, biografia, separam telefones de gente que possa dar entrevistas. Só que o Fidel, que sobreviveu a mais de 600 tentativas de assassinato, não é fácil. Atrapalhou os planos dos jornalistas. Com esse material preparado, os jornais aproveitaram o primeiro factóide – a “renúncia” – para soltar esses especiais, dando ao fato um tamanho desproporcional ao seu significado.
- Bem-humorado foi o jornal carioca Extra, que mandou a capa abaixo (via Trabalho Sujo):



- E não deixe de baixar (legalmente) o novo disco do Wado, Terceiro Mundo Festivo. A dica, já não me lembro onde vi.


sábado, fevereiro 16, 2008

Blogosfera Overloaded?

Não fui ao Campus Party. Pra ser sincero (que não soe como despeito), não tive vontade nenhuma de ir. Mas como qualquer pessoa interessada na área, procurei acompanhar o que estava acontecendo por lá. Por absoluta falta de tempo ao longo da semana, concentrei-no Twitter, onde sigo duas dúzias de pessoas sem saber exatamente porque.

Visitei alguns links legais, descobri que o Tumblr é a bola da vez (mas ainda não criei conta lá) e me distrai com vários ataques de nervos de quem estava ou queria ir lá ("cheguei!", @fulano blá blá blá).

Chegando de viagem após uma visita muito produtiva a um dos centros de pesquisa tecnológica mais importantes do país (talvez poste algo sobre isso nos próximos dias, mas, acredite, tudo que vi lá tem a ver com o que escrevo aqui), resolvi, com muita preguiça, procurar BONS posts sobre o Cparty.

Ainda não encontrei (algumas dezenas de feeds me esperam), mas três posts sobre questões absolutamente sinergicas me chamaram atenção.

O Biscoito Fino e A Massa problematiza uma recente invasão de agressivos comentaristas de portais, que têm posturas incompatíveis com uma das caixas de comentários mais produtivas do país. Com a classe de craque ao fazer uma falta no meio de campo, Idelber sentencia:
Explico, então, pela milésima vez o que qualquer blogueiro sabe: num blog pessoal, não existe “censura”. Se eu lhe impedisse de abrir o seu próprio blog, isso sim, configuraria censura. Este blog não é uma democracia. É um espaço editado. Procuro, em geral, responder os comentários, mas também me dou o direito de ignorar o que acho que deve ser ignorado e apagar o que acho que deve ser apagado.

Michel Lent se assustou com a gritaria virtual a partir do Campus Party, abandonou um post sobre o evento e finalizou um post reflexivo assim:
Nunca tivemos tanto poder de publicação e ao mesmo tempo, nunca tivemos tanto ruído. Como fazer para ser relevante e dizer coisas que realmente vão ser escutadas e aproveitadas? Eu tenho preferido me manter em silêncio. Salvo quando eu acho que tenho alguma coisa realmente relevante pra dizer.
No Libellus, Ana Brambilla critica a pretensa profissão de blogueiro, que tantas vezes atrai gente que não sabe o que e como dizer. O drama é esse:

Primeiro o cara cria um blog. Depois descobre do que é capaz de escrever. Enquanto isso sai atirando prá todo o lado. E quando não descobre nenhum foco editorial? Fica aquela coisa amorfa e desprezível. Mas não importa. Afinal, o cara já é um blogueiro!

A blogosfera está estressada.

Eu não. É sábado à noite e estou prester a ficar off-line.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

RP e web2.0

Se você tem algum interesse na relação entre novas tecnologias, web 2.0 etc e Relações Públicas, Comunicação Organizacional (etc etc), vale a pena checar:

- o terceiro podcast do FalaRP, que traz uma entrevista com Thiane Loureiro, Gerente Corporativa da Edelman. Ela fala sobre gerenciamento de crises on-line e da implementação de um setor de Novas Mídias na agência (é dela o artigo PR 2.0: Por que as Relações Públicas precisam mudar).

- o BlogContent, iniciativa lançada a pouco na Campus Party e que presta "consultorias em search engine optimization, produção de conteúdo, desenvolvimento de estratégias online e orientação a agências de publicidade sobre como se relacionar com blogs e outras mídias sociais". Apesar de faltar conteúdo (!) no blog e logomarca ser pra lá de tosca, há de se acompanhar as iniciativas dos xerifes da blogosfera brasileira.

domingo, fevereiro 10, 2008

Livro: Os melhores jornais do mundo


Recém-lançado pela editora Globo, "Os melhores jornais do mundo – uma visão da imprensa internacional", de Matías Molina, tem tudo para ser delicioso - ótima leitura para um domingo à noite, por exemplo.

Por ora, fico com uma entrevista concedida ao PHA e a introdução disponível em pdf.


Vi a dica lá no Tiago Dória.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Geração Google e as bibliotecas 2.0

Máteria publicada na Folha de S.Paulo (aqui ou reproduzida abaixo) deste sábado discute um estudo realizado na Inglaterra sobre os impactos das ferramentas de busca nos hábitos de pesquisa das crianças e adolescentes que compõem a "Geração Google" (segundo os autores, nascidos após 1993).

Os pesquisadores do CIBER's Virtual Scholar research programme, responsáveis pelo pdf Information Behaviour of the Researcher of the Future (ou o Comportamento Informacional do Pesquisador do Futuro), são críticos quanto à acelerada substituição das consultas a fontes "confiáveis" disponíveis em bibliotecas por pesquisas superficiais e em fontes duvidosas realizadas na Web.

O comportamento de busca de informações na internet, dizem, é marcado pela superficialidade (lêem poucas páginas, rapidamente e dificilmente voltam ao documento encontrado) e inquietude (passam mais tempo navegando em busca das informações do que lendo-as). Nas palavras do estudo, "os usuários são promíscuos, diversificados e voláteis e é claro que estes comportamentos representam sérios desafios para os provedores tradicionais de informação".

Fui uma das fontes entrevistas pela repórter Andrea Murta e reafirmo aqui a posição lá apresentada: o modelo de busca, seleção e leitura de informações proposta pela Web2.0 exige de todos uma mudança de postura ao lidar com a disseminação do conhecimento. Ao privilegiar critérios sociais, as ferramentas de busca escancaram o jogo de poder entre usuário/leitor, autor e o profissional da informação (bibliotecário) e obrigam-nos a assumir uma postura crítica e ativa perante informações tão facilmente encontradas.

Ao longo do estudo, os pesquisadores do CIBER afirmam considerar os e-books o produto salvador para as bibliotecas do futuro, a despeito do crescimento das ferramentas e práticas da web2.0, consideradas ainda imaturas ("the real issue that the library community should be concerned about is the rise of the e-book, not social networking").

Não concordo. O profissional da informação que se negar a ser também um mediador das práticas informacionais que se passam nas redes sociais já corre sério risco de perder o contato com seu público e, lamentavelmente, tornar-se irrelevante. No futuro, esta habilidade me parece imprescindível (o que não elimina muitas das práticas tradicionais, que fique claro).

Para mais sugiro a leitura do artigo Colaboração e interação na Web 2.0 e Biblioteca 2.0, de Ursula Blattmann e Fabiano Couto Corrêa da Silva , da máteria Buscas procuram lado humano da web - Internet - IDG Now! e dos posts recentes Por que torço pela Wikipédia e Folksonomia: usuários 'tageam' acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA.

Estudo destrói mito de que Geração Google é melhor no mundo virtual

Para pesquisador britânico, a sociedade como um todo está ficando mais burra

ANDREA MURTA
DA REDAÇÃO

Geração Google, Net Generation, Nativos Digitais -há muitos nomes para quem não se lembra do mundo pré-internet. Mas, apesar do sucesso do rótulo, a idéia de que a Geração Google tem facilidades especiais para lidar com a informação virtual não passa de mito.

É o que afirma o estudo "Comportamento Informativo do Pesquisador do Futuro", liderado por Ian Rowlands, da University College de Londres. De acordo com ele, o uso da internet é superficial, promíscuo e rápido, e respostas com pouca credibilidade encontradas por ferramentas de busca como Google ou Yahoo prevalecem.

"Acadêmicos mais jovens não estão usando conteúdo de bibliotecas de uma maneira séria. Usam o Google, porque é mais conveniente. Isso vai limitar seus horizonte de pesquisa", afirmou Rowlands à Folha, por telefone, de Londres.

A pesquisa define como Geração Google os nascidos depois de 1993. Ela foi feita pela revisão de estudos já publicados sobre mecanismos de busca e análise de informação, associando-os com dados sobre como o público usa hoje sites como o da Biblioteca Britânica.

Rowlands afirma que ficou rapidamente claro que não é possível generalizar as crenças sobre habilidades da Geração Google. Até a idéia de que jovens gastam mais tempo on-line do que os mais velhos foi relativizada.

Mas foram detectadas tendências preocupantes. "A sociedade está emburrecendo", diz o estudo. "Passam os olhos por títulos, índices e resumos vorazmente, sem leitura real".
E o comportamento ultrapassa a barreira da idade. "Até professores, que supostamente teriam meios mais sofisticados para buscar e analisar informações, mostram as mesmas tendências", afirma o pesquisador.

O estudo vê uma possível ameaça às bibliotecas. "Meu instituto gasta uns US$ 4 milhões por ano em publicações acadêmicas, mas os alunos preferem ferramentas simplistas. É frustrante", diz Rowlands.

Na era da enciclopédia

No Brasil, acadêmicos ouvidos pela Folha divergem sobre as conclusões da pesquisa. Para Renato Rocha Souza, do Departamento de Organização e Tratamento da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais, é mesmo problemática a primazia do Google em atividades acadêmicas. "A arquitetura dessa ferramenta privilegia páginas mais citadas na internet, e essa relevância nem sempre é real", diz.

Para ele, "alunos não sabem distinguir um site de artigos acadêmicos do "blogue do joãozinho'". "E não têm pudor em citá-lo. Falta juízo de valor."

Contudo, ele não acha que a tendência tenha surgido com a internet. "Não era tão diferente quando pesquisávamos nas enciclopédias. O que mudou foi a oferta de informação", afirma.
Já Aldo Barreto, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, discorda de Rowlands. "Nunca foi feita tanta pesquisa e de tão boa qualidade quanto atualmente, graças à internet , afirmou à Folha, do Rio de Janeiro.

Para Lawrence Shum, especialista em mídias digitais da PUC de São Paulo, "a internet tem problemas, mas está no caminho da auto-regulação".

E muitos vêem vantagens na busca pelo Google. Segundo Carlos Frederico D'Andrea, coordenador do Laboratório de Comunicação Digital do Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte, "a biblioteca dá a ilusão de que o conhecimento está todo ali e é inquestionável". "Na internet, o resultado é sabidamente instável e não vai ser usado cegamente. Mas é preciso treino adequado."

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Meio & Mensagem não tem opt-out

Dando curso a um esforço para diminuir o número de newsletters recebidas, há algum tempo venho tentando me descadastrar do boletim diário do site Meio & Mensagem, o Últimas Notícias.

Os e-mails enviados não têm link para descadastro (opt-out), então acessei meu perfil pelo site.

Na primeira tentativa, mantive o recebimento do boletim semanal e
descadastrei-me das demais.
Na segunda, cancelei todas. Na terceira, idem.
Mas continuo recebendo a news diária.

Sinto muito, mas mensagens de
mmbymail@meioemensagem.com.br vão agora direto para a caixa de spam do gmail.