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sexta-feira, março 31, 2006

Video no celular (em MG!)

Reproduzido do jornal Estado de Minas de hoje (acesso só para assinantes)

Nova linguagem visual
Eduardo Tristão Girão

Cada um dos seis diretores do longa-metragem 5 frações de uma quase história, que começou a ser rodado terça-feira, em Belo Horizonte, dispõe de um telefone celular com câmera digital para registrar bastidores das filmagens e cenas que integrarão o making of da película. Todos esses conteúdos estarão disponíveis em breve no site da Telemig Celular integrando projeto que disponibilizará (para seus clientes) cerca de 50 conteúdos de vídeo, até outubro, no site da empresa pelo sistema WAP (que permite navegar pela internet através do celular). Marcos Barreto, gerente de desenvolvimento cultural da Telemig adianta, ainda, que estão em estudo a transmissão de clipes musicais do projeto Conexão. A empresa atende aproximadamente 3,5 milhões de clientes, mas não sabe precisar quantos aparelhos estão aptos a reproduzir os vídeos.

Ao mesmo tempo em que esse projeto apresenta o telefone celular como mídia alternativa para divulgar produções cinematográficas, a atual tecnologia do próprio aparelho impõe barreiras para realização da proposta. Cenas com muita movimentação de câmera, movimentos rápidos e tomadas de ação acontecendo em partes pequenas do quadro prejudicam a visualização de filmes no celular – sem falar, é claro, de legendas, que se tornariam ilegíveis. “Fizemos opção por trabalhar com menos aparelhos, só os melhores, para não distorcer imagem nem som”, explica Barreto.

Para o cineasta e artista plástico Cao Guimarães, que enxerga o suporte como um novo desafio, as deficiências do telefone celular para transmitir vídeos não representarão apenas um lado negativo da questão. “A limitação técnica se transforma na linguagem dessa própria mídia, como por exemplo, a baixa resolução”, afirma. Ele cita a documentarista Consuelo Lins como exemplo, já que ela participou de festival de vídeos feitos com câmeras de telefone celular em Paris. “Não há como saber onde isso vai parar. Na minha infância, a realidade era o que a gente via, era a rua. A nova geração já nasceu com essa tecnologia, olhando para a tela do computador. Antes de nascer, já somos imagens no scanner do ultra-som”, diz.

DE GRAÇA A Telemig Celular já disponibilizou no seu site, em caráter experimental, 10 trechos de curtas-metragens realizados pela produtora mineira Teia. Os downloads podem ser feitos gratuitamente pelos clientes da empresa. Apenas sete modelos de aparelhos podem reproduzir esses vídeos. “Quando fizemos a migração para o sistema GSM Edge, começamos a pensar em como colocar essa tecnologia a serviço de projetos culturais. Com os aparelhos se tornando cada vez mais evoluídos, começamos a vislumbrar um projeto coletivo na área audiovisual. Queremos contribuir para divulgar produções que não chegariam espontaneamente ao público”, explica Barreto.

O gerente de desenvolvimento cultural recebe muitas propostas de interessados em divulgar gratuitamente trechos de filmes tanto no site quanto via celular, mas a iniciativa deve contemplar somente as produções apoiadas pela empresa. “Teremos em breve uma nova realidade de produção digital, com mais pessoas se familiarizando com equipamentos cada vez mais poderosos. Isso pode ser promissor, mas também pode gerar uma banalização enorme. Mas estamos nos cercando apenas de pessoas sérias, com sólida formação audiovisual”, avalia.

"A limitação técnica se transforma na linguagem dessa própria mídia, como por exemplo, a baixa resolução" Cao Guimarães, cineasta e artista plástico

sábado, março 25, 2006

Mobile Creative

Embora o uso ainda seja pequeno, o celular já é reconhecido como uma poderosa mídia de divulgação e relacionamento para empresas junto aos seus diferentes públicos. Entre as estratégias já reconhecidas pelo mercado estão a consolidação de um banco de dados construído mediante cadastro explícito dos usuários (opt-in) e a articulação da mensagem com ações subsequentes pelos usuários, por exemplo a visita a um site ou a uma loja (o chamado call to action).

Mas quais seria a especificidade da criação publicitária para a mídia celular, considerando principalmente o caráter multimídia dos novos aparelhos que já circulam por aqui?

É este o desafio do prêmio Mobile Creative, que propõe a produção de peças divididas em seis categorias: imagem, fotografia, vídeo, contos, som e interação.

O tema é Expressões do Brasil. O briefing convida os candidatos a "provar para um estrangeiro que apesar dos pesares o Brasil é um país maravilhoso (...) Imagine... Como colocar esse país tão colorido e rico em um dispositivo móvel".

Os inscritos serão analisados por um júri especializado e pelo voto popular durante a 20ª Semana Internacional da Criação Publicitária, que acontece em SP no início de abril.

quarta-feira, março 22, 2006

Flimes raros online

Filmes clássicos, já não protegidos pelas leis de direito autoral, ganham espaço privilegiado na internet. É o que destaca a matéria Filmes raros e antigos de graça na internet: torne-se um colecionador, do jornalista Paulo Rebêlo, colaborador da Folha de Pernambuco e responsável pelo blog Toca do Super Ranzinza.

Os sites indicados funcionam como outros alinhados ao conceito de web 2.o, entre eles o YouTube, mas oferecem um acervo bem específico. Também aceitam envio e compartilhamento de arquivos, é claro.

Minha primeira impressão do Veoh foi muito boa.

segunda-feira, março 20, 2006

File Rio

Começa nesta segunda, dia 20, a edição carioca do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE). Na programação estão artistas convidados e selecionados para o File Mídia Arte, instalações e simpósios, tudo com entrada gratuita.

Até 20 de abril, no Centro Cultural Telemar, no bairro do Flamengo.

sexta-feira, março 17, 2006

Ação Cross Media

Fonte: Telaviva


Marketing

Gradiente cria micro seriado em ação para novo celular
16/03/2006, 18h53

A Agência Africa criou para a Gradiente uma ação inédita no Brasil: uma microssérie interativa de seis capítulos, filmada por meio de um celular para ser veiculada na internet. A ação visa promover um novo aparelho da marca, que contém câmera filmadora, além de MP3 Player e câmera fotográfica. As cenas serão gravadas pela equipe da Sentimental Filme, utilizando unicamente a câmera do Gradiente GF-910.


A ação envolve ainda o MSN Messenger, comunicador instantâneo de internet, com 16,5 milhões de usuários no País. A participação do público ocorre quanto à seqüência de cada episódio, pois a escolha de temas e elenco fica a cargo dos internautas, todas as terças-feiras. A agilidade é o maior ingrediente desta ação: os usuários têm dois dias para votar, a agência Africa tem um dia para criar o roteiro baseado na escolha dos usuários, e a Sentimental tem um dia para produzir, filmar e editar.

A ação estreou na última terça, 14, e, sem qualquer suporte promocional ou divulgação de imprensa, contou com a participação espontânea de 36 mil visitantes, além de 12,4 mil votos entre 130,8 mil page-views. Os números superam a última ação feita pela Gradiente, a Rádio Vibe, que contou com média de 22 mil ouvintes diários no mesmo MSN. Edianez Parente - TELA VIVA News

Cuidado ao encaminhar...

O uso do e-mail corporativo tem sido causa muito frequente de conflitos em funcionários e empresas. As tentativas de solucionar o problema em geral variam entre a adoção de medidas punitivas (a jurisprudência diz que a empresa pode monitorar o e-mail cedido ao funcionário, uma vez que trata-se de um instrumento de trabalho que expõe o nome da corporação) e uma tentativa de conscientização dos funcionários, o que dependeria de treinamentos e uma dose de bom senso por parte de todos.

O assunto volta à tona com a denúncia de Fernando Rodrigues, através de seu blog, de que o presidente da Funarte, Antônio Grassi, teria usado seu e-mail @funarte.gov.br para repassar a polêmica "lista de Furnas".

Grassi alega que o e-mail foi operado por algum funcionário de seu gabinete, o que expõe outro problema comum: são raros os diretores de empresas que cuidam pessoalmente de sua caixa de correiro eletrônico. Ao delegar a responsabilidade, abrem espaço para usos indevidos de terceiros. Mas o e-mail continuará com seunome@aempresa.com.br ...

Mérito para o apurado senso de investigação de Rodrigues.

quarta-feira, março 15, 2006

Dois pesos, duas medidas

A incompreensível tentativa de limitar a divulgação da Copa do Mundo via internet foi amenizada após a enorme repercussão negativa, especialmente no meio jornalístico. Fifa cede e desiste de restringir fotos da Copa para jornais e sites, diz nota do UOL publicada esta semana, da qual destacamos declaração de Timothy Balding, executivo da Associação Mundial de Jornais: "Com a eliminação de limites no número de fotos, a Fifa mostra que respeita a liberdade de imprensa e quer preservar o fluxo livre de informação. Foi uma decisão sábia do senhor Blatter".

Curioso: não parece ser esta a opinião da Associação ao ameaçar o Google News, que detecta notícias mais relevantes de diferentes fontes para montar sua página principal, que sempre linka para a páginas do site original. O serviço baseado em algorítimos é acusado de prejudicar financeiramente os jornais, que deveriam receber comissões ao serem citados (e receberem mais visitas) via Google News. Nota d'O Globo Online: Indústria de mídia tradicional ataca Google News.

Enquanto isso, o Digestivo Cultural, um dos mais representativos frutos da internet no Brasil, comemora sua inclusão no Google News em português e a consequente duplicação da visitação mensal do site...

Epa, mais visitação não pode resultar em mais lucros para os jornais online??

quinta-feira, março 09, 2006

TV Digital: tiro falso (?)

A Folha de S. Paulo deu o furo na edição de ontem: Lula escolhe padrão japonês para TV digital foi a manchete principal do jornal, surpreendendo a todos, mesmo os que estão cientes do prazo de decisão prorrogado pelo governo apenas até sexta, 10 de março.

De Londres, Lula nega com um argumento pouco convicente: "Como é que eu já decidi se eu estou aqui?".

O fato é que, apesar de uma crescente pressão da sociedade civil através de manifestos e abaixo-assinado, dificilmente a decisão passa da próxima semana. O padrão a ser adotado deve mesmo ser o japonês, conhecido com ISDB, ainda que os representantes do modelo europeu tenham feito uma intensa campanha nas últimas semanas.

Entre os argumentos, os japoneses teriam oferecido melhores condições de transição do modelo analógico para o digital, o que evitaria uma pressão para que as classes mais pobres tivessem que comprar novos aparelhos em um prazo menor que, digamos, 10 anos (confesso não entendi: quem deveria definir o tempo de transição não seria o governo com as emissoras? O que o padrão escolhido teria a ver com isso?)

Outra vantagem: os decodificadores (set top boxes), que permitiram a exploração de alguns recursos da TV Digital através dos atuais aparelhos, seriam mais baratos - a partir de R$ 200.

Um fator muito importante ainda não foi definido: o investimento no parque tecnológico brasileiro, o que poderia fomentar pesquisas e inovação, resultando em mais patentes e tecnologias nacionais.

Os beneficiados? Em primeiro lugar as TVs abertas, que evitam uma abertura automática do mercado de conteúdo audiovisual a concorrentes de peso ($$), em especial as empresas de telefonia móvel.

Tudo indica que, ao fim, o brasileiro em alguns anos assistirá TV no qualidade muito superior à atual (a lata definição - HDTV - é uma característica importante do ISDB), mas permanecerá limitado o número de canais que transmitidos na rede aberta. Pouco, muito pouco para tantas possibilidades abertas pela convergência tecnológica.

Em breve voltaremos ao assunto.