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quinta-feira, janeiro 17, 2008

Folksonomia: usuários 'tageam' acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA

Que palavras-chave podem descrever esta imagem, produzida entre 1910 e 1915?

Segundo os usuários do Flickr, "mulheres", "tecelã", "tear", "trabalho" e "indústria" são algumas das palavras que, lançadas num mecanismo de busca, representam o conteúdo desta foto.

Até aí nada demais, não fossem esta e centenas de outras imagens parte do acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA, que fechou uma parceria com o maior site de compartilhamento de fotos para que usuários pudesse "tagear" imagens de suas coleções.

Isto é, um trabalho antes restrito aos bibliotecários está, por iniciativa destes, aberto à colaboração do público em geral. O post publicado no blog da Biblioteca (sim, a biblioteca tem blog) é entusiasmado e esclarecedor:
The real magic comes when the power of the Flickr community takes over. We want people to tag, comment and make notes on the images, just like any other Flickr photo, which will benefit not only the community but also the collections themselves. For instance, many photos are missing key caption information such as where the photo was taken and who is pictured. If such information is collected via Flickr members, it can potentially enhance the quality of the bibliographic records for the images.
É a Folksonomia contaminando de vez a Biblioteconomia e a Ciência da Informação.

Para mais informações sobre esta revolução, recomendo a leitura de artigo publicado na revista DataGramaZero: Folksonomia: um novo conceito para a organização dos recursos digitais na Web, de Maria Elisabete Catarino e Ana Alice Baptista.

The Library of Congress já publicou duas coleções no Flickr: American Memory: Color photographs from The Great Depression, com 1615 fotos do anos 1930 e 40, período de grande crise nos EUA e The George Grantham Bain Collection, com 1500 fotos P&B de trabalhadores e da cidade de Nova York dos anos 1910.

Outras bibliotecas ou instituições que possam acervos fotográficos podem apresentar-se através da página do projeto Bens Comuns.

P.S.: A iniciativa não é pioneira. Outra experiência já foi feita com obras de arte do Metropolitan Museum.

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