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quarta-feira, julho 23, 2008

Jornais são cada vez mais locais, diz pesquisa

Após entrevistar 259 executivos de jornais norte-americanos de diferentes portes, pesquisa recém-lançada do Pew Research Center caracteriza assim os jornais de 2008:

- têm menos páginas do que há três anos, o estoque de papel é menor e as histórias estão mais curtas.
- Publica-se menos matérias nacionais e internacionais, há menos espaço dedicado à ciência, às artes e outros temas especializados.
- A cobertura de negócios ganhou espaço próprio no jornal.
- As palavras-cruzadas encolheram, as listas de TV e dados sobre estoque de empresas (stock tables) foram excluídos.
- Cobertura local cresceu e a reportagem investigativa continua sendo valorizada.

A tabela abaixo deixa clara a tendência do aumento de notícias de caráter comunitário e local, associada à queda de informações de agências de notícias:



Em sua análise, Marshall Kirkpatrick, do ReadWriteWeb, associa a novidade ao potencial crescimento de anunciantes locais e realização de eventos pelas publicações:
While that makes sense, we wonder whether the rise of location-aware computing devices could lead to a shift in even local advertisers and be the last nail in the coffin after Craigslist. There may be other ways for even local news to be monetized, though. How many online news organizations make their biggest money from events?
Ao relacionar com a realidade brasileira, Carlos Castillo aponta uma contradição com uma tendência também identificada na pesquisa: a diminuição das redações.
A ênfase dada ao noticiário local revela um esforço da imprensa em recuperar a confiança do leitor por meio da oferta de informações sobre sua cidade, seu bairro e sua rua. O problema é que este tipo de cobertura jornalística exige um grande número de repórteres dispersos em áreas bastante extensas, o que entra em conflito com as políticas de redução de gastos e de pessoal, adotadas por todos os veículos de comunicação, em intensidade variável.
Sobre a tendência do local, vale a leitura do post do Tiago Dória sobre projetos que unem ainda dispositivos móveis e geolocalização.

Post relacionado: Esboços sobre hiperlocalismo

4 comentários:

Paulo Freixinho disse...

Olá de Portugal!

Sou autor de Palavras Cruzadas e, realmente, nota-se que os jornais, pelo menos em Portugal, baixaram muito as suas vendas...
Sou colaborador de uma agência e, de há uns três anos para cá, tem-se notado uma quebra no pedido de passatempos por parte dos jornais e revistas...

A Internet veio complicar muito a vida às publicações periódicas ao disponibilizar on-line todo o tipo de informação e conteúdos, actualizados quase em tempo real!...

Um abraço!

Carlos d'Andréa disse...

Olá, Paulo,
interessante seu depoimento.
sinceramente eu não tinha ainda percebido esta situação.

Quando vi esta constatação, lembrei de um matéria da revista Piauí, talvez te interesse:
http://www.revistapiaui.com.br/artigo.aspx?id=494&pag=1&anteriores=1&anterior=22008

Saudações,
Carlos

Paulo Freixinho disse...

Olá Carlos!

Li essa interessante e... comprida matéria, saliento a frase:
"No reino dos cultores de Palavras Cruzadas não é de bom-tom pronunciar a palavra sudoku"...
Como eu me revejo nela!

De facto, o sudoku veio complicar a vida aos «cruciverbalistas»...

Da parte que me toca, tudo farei para devolver às Palavras Cruzadas o destaque de outrora...

Um abraço de Portugal!

Paulo Freixinho disse...

Somos "inimigos", portanto!... estou a brincar!...

Penso que há lugar para todos, só critico as MODAS...

Um abraço de Portugal!