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sábado, janeiro 10, 2009

Viabilidade de projetos web (em tempos de crise) - Links

Nos últimos dias me chamaram a atenção várias discussões sobre modelos de negócios para publicações impressas e digitais. Não é uma conversa nova, sabemos, mas acho que ganha um tempero especial no início de um ano que é certo o agravamento da crise financeira.

Seguem alguns links:

Ohmynews International anunciou que vai enxugar o modelo de remuneração dos repórteres-cidadão: passam a receber pagamentos apenas a matéria que mais gerar "buzz" durante o mês e outras duas escolhidas pelos editores (antes, todos os autores destacados na home recebiam uma contribuição simbólica). Para a Ana e o Rafael, no De Repente e Libellus, a mudança não deve impactar diretamente o processo de colaboração, que é motivado por razões não-econômicas.

Na contramão da crise, a Wikimedia Foundation conseguiu arrecadar, de mais de 125 mil doadores, os 6 milhões de dólares necessários para o funcionamento do primeiro semestre de 2009. A campanha ganhou fôlego após um apelo pessoal do fundador, Jimmy Wales. Para fontes da matéria Wikipedia's Fundraising Miracle, trata-se de uma situação alavancada pela crise e pela eleição de Obama, que alertaram as pessoas para a necessidade de ajudar e assumir projetos que consideram realmente importantes.

Como afirmou o Paulo Querido, "trata-se, provavelmente, da maior acção de crowdfunding jamais realizada". Crowdfunding, segundo a página "oficial" do termo (que teria sido expulso da Wikipedia), é um modelo de financiamento baseado na organização coletiva e em rede de interessados no projeto. Seus impactos no jornalismo são discutidos no texto Can Crowdfunding Help Save the Journalism Business?, que encontrei na reflexão do Trasel sobre o futuro do ... jornalismo.

Desde Portugal, Miguel Caetano propõe um novo modelo de negócios para o Remixtures, um dos melhores blogs sobre indústria da música e novas tecnologias. O conteúdo do blog continua sendo, claro, gratuito, mas artigos originais, em português ou inglês, a serem encomendados para diversos fins, passam a ter preço tabelado. Proposta ousada e polêmica (não deixe de ler os comentários), mas bem interessante.

E, claro, continua-se discutindo o fim do jornal impresso, o enxugamento das redações, a migração para o digital etc. Dois textos interessantes:

The economics of moving from print to online: lose one hundred, get back eight | Monday Note

End Times - Can America’s paper of record survive the death of newsprint? Can journalism?

4 comentários:

Adriana Amaral disse...

CARLOS: O Remixtures é excelente e muito me interessam essas tentativas de viabilidade. Continue comentando!

Baiano disse...

Por mais óbvio que seja discutir isso na universidade, em dois anos na UFV essa foi uma das "pautas" levantadas que menos gerou discussão em sala de aula. As pessoas simplesmente crêem na Publicidade com tanta veemência, que esquecem de 'financiamentos' alternativos como as organizações religiosas (CSMonitor), por exemplo.

Claro que no nosso país temos diferenças, mas viabilizar um projeto de jornal, como você mesmo disse uma vez na sala de aula, passa por muito mais etapas do que simplesmente definir uma Linha Gráfico-Editoral, arranjar alguns anunciantes e tentar vender assinaturas. É pensar numa estrutura que possibilite que o conteúdo seja tenha o mínimo de 'censuras' editoriais. Que tenha um propósito.

Acho que ainda não falou sobre ele no blog, mas você deve conhecer o Spot.Us [http://www.spot.us]. É uma forma de financiamento que eu vejo funcionando no futuro de maneira mais 'ágil'. Digo, temas que interessem a comunidade como, por exemplo, denúncias contra Veredores corruptos ou ainda esquemas de Cartel, seriam de tão grande interesse que os financiamentos seriam mais rápidos e dinâmicos.

Baiano disse...

PS: Carlos, o que mais me intriga no seu jeito de escrever por aqui é sua capacidade imensa de sintetizar um assunto 'esparso', com milhares de ramificações em outros blogs, em um único post. Tem outros blogueiros que também fazem isso de 'coleção de links em um post', mas sempre que leio o NovasM, os posts linkados fazem mais sentido do que quando os li de forma separada. Demora quanto tempo em média para um post desse ficar pronto? Ainda bem que você é meu professor! Vai ensinar isso para gente em "Preparação" ou "Atividades Programadas"?

Carlos d'Andréa disse...

Baiano: o spot.us é de fato muito interessante. A matéria que relaciona crowdfunding e jornalismo cita-o como exemplo. Como vc disse, está um tanto longe da nossa realidade, mas precisamos estar atentos...

Adriana: voltaremos ao tema!