"Capital do sangue quente do melhor e do pior do Brasil".
A frase cunhada para o RJ parece, mais do que nunca, adequada à capital pernambuca.
Quase simultaneamente ao anúncio de Recife como uma das cidades com maior índice de homicídios do Brasil, o c.e.s.a.r, centro de excelência de dar inveja a nós do Sul Maravilha, anuncia o lançamento do citix.net, ou city information exchange network.
Trata-se de um mashup do Google Maps. Assim como o WikiCrimes, tem o objetivo principal de mapear de forma colaborativa os delitos cometidos na zona urbana (o projeto é uma parceria com o Programa de Prevenção de Crimes do Ministério Público Federal).
O interessante é que a proposta vai além. Segundo o site, "o CITIX é a nossa cidade em movimento, onde você pode localizar, marcar e compartilhar informações sobre eventos, lugares, instituições, segurança e serviços públicos". Portanto, estão lá também os prédios públicos e as opções de entretenimento, incluindo um roteiro do carnaval.
Segundo Silvio Meira, (já em ritmo de folia), "em duas ou três semanas, vamos anunciar mais duas grandes cidades onde o sistema estará disponível".
A dica veio do Bernardo Esteves (de quem aproveito para cobrar atualizações no blog!).
quarta-feira, janeiro 30, 2008
Três projetos interessantes
Via Gjol, encontro link para o projeto El Pais de los Estudiantes, uma iniciativa do El Pais para aproximar crianças e jovens da rotina e processos de um jornal impresso. Organizados em equipes de até 30 alunos, produzirão até abril um jornal com cinco temas: Sociedade e Cultura, Esportes, Cultura, Meio Ambiente, Sua vizinhaça e Tema Livre.
Luis Nassif escancara o processo de apodrecimento da revista Veja em livro (?) publicado capítulo a capítulo no Google Pages (!).
Poliana Ferrari comunica o lançamento do Remixando, onde cada "participante poderá alterar uma narrativa existente a partir do desenrolar da trama; alterar os personagens ou mudar de formato, ou seja, continuar a história com inserção de uma imagem, áudio ou vídeo". Na pauta, uma cobertura completa do Campus Party Brasil, que acontece de 07 a 11 de fevereiro.
Luis Nassif escancara o processo de apodrecimento da revista Veja em livro (?) publicado capítulo a capítulo no Google Pages (!).
Poliana Ferrari comunica o lançamento do Remixando, onde cada "participante poderá alterar uma narrativa existente a partir do desenrolar da trama; alterar os personagens ou mudar de formato, ou seja, continuar a história com inserção de uma imagem, áudio ou vídeo". Na pauta, uma cobertura completa do Campus Party Brasil, que acontece de 07 a 11 de fevereiro.
terça-feira, janeiro 29, 2008
Twitter em sala de aula
A dica veio do Twitter do Tiago Dória:
David Parry, professor da Universidade do Texas, criou uma conta do serviço de microblogging direcionada aos seus alunos, que para segui-lo tiveram que criar suas contas pessoais. Entre relatos cotidianos e dicas de leitura afins à disciplina, os alunos adquiriram um grande senso de comunidade, segundo relato do professor. Outras vantagens estão listadas no post Twitter for Academia, entre as quais destaco
desenvolvimento uma percepção ampliada do mundo ao seguir a diversidade de temas publicados pelas pessoas (conectadas, é sempre bom ressaltar) através da relação de microposts públicos;
acompanhamento da cobertura de um evento, da discussão em torno de um assunto ou das opiniões de um especialista sobre os temas de interesse;
redação de textos limitada a 140 caracteres, ótimo exercício para praticar a concisão jornalística e uso da pontuação, entre outros aspectos gramaticais.
Dei uma googlada mas não encontrei nenhum relato de experiências semelhante aqui no Brasil.
Conhece alguma?
P.S. - Nos comentários da matéria A Professor's Tips for Using Twitter in the Classroom, "Nancy" pergunta como seria possível um aluno que cursa 5 disciplinas, cada uma com 50 alunos, usar ativamente o Twitter. Acrescento: e o professor que ministra aulas para 5 turmas de 50 alunos cada?
Para mais:
-Twitter Tweets for Higher Education (que indica outros posts e artigos)
-Você realmente precisa do Twitter para dar uma aula?
-Nanoblogs, Twitter e Jaiku: a nova fase da blogosfera
David Parry, professor da Universidade do Texas, criou uma conta do serviço de microblogging direcionada aos seus alunos, que para segui-lo tiveram que criar suas contas pessoais. Entre relatos cotidianos e dicas de leitura afins à disciplina, os alunos adquiriram um grande senso de comunidade, segundo relato do professor. Outras vantagens estão listadas no post Twitter for Academia, entre as quais destaco
desenvolvimento uma percepção ampliada do mundo ao seguir a diversidade de temas publicados pelas pessoas (conectadas, é sempre bom ressaltar) através da relação de microposts públicos;
acompanhamento da cobertura de um evento, da discussão em torno de um assunto ou das opiniões de um especialista sobre os temas de interesse;
redação de textos limitada a 140 caracteres, ótimo exercício para praticar a concisão jornalística e uso da pontuação, entre outros aspectos gramaticais.
Dei uma googlada mas não encontrei nenhum relato de experiências semelhante aqui no Brasil.
Conhece alguma?
P.S. - Nos comentários da matéria A Professor's Tips for Using Twitter in the Classroom, "Nancy" pergunta como seria possível um aluno que cursa 5 disciplinas, cada uma com 50 alunos, usar ativamente o Twitter. Acrescento: e o professor que ministra aulas para 5 turmas de 50 alunos cada?
Para mais:
-Twitter Tweets for Higher Education (que indica outros posts e artigos)
-Você realmente precisa do Twitter para dar uma aula?
-Nanoblogs, Twitter e Jaiku: a nova fase da blogosfera
sexta-feira, janeiro 25, 2008
Digg altera "algoritmo editorial"
O fundador do Digg, Kevin Rose, anunciou no blog oficial uma mudança no algoritmo que define que submissões ganharão destaque na página principal do site.
Pelos novos critérios, usuários com menos tempo de colaboração seriam privilegiados, pois foi reduzida a média de submissões e votos necessários para se alcançar destaque na capa.
Com menos visibilidade, os usuários veteranos e mais ativos, responsáveis por um grande número de destaques, logo se revoltaram contra a alteração. Entre as críticas, denúncia de manipulação editorial, falta de transparência e autonomia para a comunidade que se formou em torno do site.
Experiência semelhante à troca de um editor de capa de jornal, não? Os repórteres antigos preocupam com a nova política editorial, os novatos animam-se com a possível renovação...
P.S. - Os links acima remetem para sites em inglês. Para português, sugiro a matéria traduzida Digg altera o algoritmo responsável por destaque de conteúdo.
Pelos novos critérios, usuários com menos tempo de colaboração seriam privilegiados, pois foi reduzida a média de submissões e votos necessários para se alcançar destaque na capa.
Com menos visibilidade, os usuários veteranos e mais ativos, responsáveis por um grande número de destaques, logo se revoltaram contra a alteração. Entre as críticas, denúncia de manipulação editorial, falta de transparência e autonomia para a comunidade que se formou em torno do site.
Experiência semelhante à troca de um editor de capa de jornal, não? Os repórteres antigos preocupam com a nova política editorial, os novatos animam-se com a possível renovação...
P.S. - Os links acima remetem para sites em inglês. Para português, sugiro a matéria traduzida Digg altera o algoritmo responsável por destaque de conteúdo.
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Esboços sobre hiperlocalismo (Ciranda de textos)
Vários blogs irão publicar textos sobre jornalismo online nesta quarta-feira na primeira rodada da Ciranda e, a cada mês, um deles fará uma espécie de guia de leitura: um resumo de cada texto e um link para o endereço onde ele se encontra. É o modelo dos Blogs Carnivals, que por aqui estamos chamando de Ciranda de Textos.
Hoje o guia de leituras está aqui e será atualizado conforme os blogs forem publicando suas colunas sobre o tema. Boa leitura!____
(Este post é um esboço, praticamente um brainstorm individual e publicado ;-). Seria ótimo ouvir considerações dos colegas e leitores da Ciranda de Textos).
Dentre os inúmeros temas que permeiam as discussões sobre Jornalismo On-Line, um chama-me especial atenção nos últimos tempos: o hiperlocalismo. Ao meu ver trata-se de uma variável imprescindível para o jornalismo hoje, e muito pouco discutida e aplicada.
Antes de tudo, o que é o Hiperlocalismo? Quase óbvio começarmos pela Wikipédia, mas, surpreendentemente, o artigo não existe na versão em português. O sistema recomenda o acesso ao artigo Jornalismo de Cidades, o que é sintomático. A versão em inglês nos remete a um artigo sobre Local News.
(Coerentemente com o que já defendi aqui, inaugurei o artigo na enciclopédia lusófona.
Se possível dê uma forcinha lá...)
Recorrendo ao Your Guide to Hyper-Local News, do Media Shift, temos uma definição:
Hyper-local news is the information relevant to small communities or neighborhoods that has been overlooked by traditional news outlets. Thanks to cheap self-publishing and communication online, independent hyper-local news sites have sprung up to serve these communities, while traditional media has tried their own initiatives to cover what they’ve missed.Isto é, refere-se a pequenas comunidades ou vizinhanças, pretende mostrar o que passa à margem da mídia tradicional e é potencializado pela "auto-publicação" facilitada pela internet e outras redes.
Nesta linha, cabem algumas perguntas:
O localismo seria uma característica exclusiva da internet?
Absolutamente. A relevância do jornalismo sempre esteve, ou deveria estar ligada às comunidades para as quais atua. Para dar informações locais, inclusive, o rádio ainda é insuperável.
A internet, pelo contrário, mostra-se primeiramente como um meio global. Se posso acessar informações do Japão, da Malásia, do Subaquistão, não estou mais preso aos fatos (aparentemente banais...) do local onde vivo. Liderada pelas agências de notícias, a globalização e uniformização das informações jornalísticas ganharam mais e mais espaço, potencializadas ainda pela lógica do "tempo real".
Contra tamanha padronização e seguindo a lógica da Cauda Longa, no entanto, é igualmente típico da internet dar suporte para discussões de interesse específico, no caso sobre cidades e bairros quaisquer.
O que as redes digitais, sobretudo a internet, teriam de diferencial para oferecer?
Em primeiro lugar, a conectividade de todos para todos, algo, que, potencializado pela popularização dos equipamentos, permite que o acesso e/ou a publicação de conteúdos aconteça praticamente de qualquer lugar.
Fatos ocorridos num determinado espaço geográfico e que os jornalistas não dão conta de cobrir - porque não deu tempo de chegar, não tiveram acesso ao local ou simplesmente não ficaram sabendo - podem ser registrados por cidadãos armados com câmeras e equipamentos conectados, dando o "start" à construção da notícia pelos veículos noticiosos. Nesta perspectiva, o hiperlocalismo aproxima-se bastante do jornalismo cidadão, ainda que não dependa dele para existir.
Merece especial atenção o prefixo Hiper, muito usado no atual contexto social e tecnológico (hipertexto, hipermídia, hiper-realidade e, porque não, hiperativo). Gosto de considerá-lo com o sentido de "expandido". O Hipertexto seria um "texto expandido", e o hiperlocalismo, um localismo expandido, isto é, que não está preso aos limites da localidade. A discussão pública de interesse local poderia assim ultrapassar os limites geográficos, com um ex-morador de uma cidade, por exemplo, mostrando-se mais ativo nas discussões locais que um atual morador. Esta efetiva apropriação das discussões locais mediadas não eram possíveis na transmissão broadcast de rádio e TV.
Concluindo este esboço, acho que vale pensarmos o hiperlocalismo como uma possibilidade baseada na troca de informações entre pessoas interessadas num determinado espaço e avalancada pela redes que nos conectam permanentemente.
Se o jornalismo será ou não o mediador destas conversas entre as hiperpopulações, não sei.
Espero que sim, até para que os veículos informativos continuem relevantes e abram novas frentes comerciais (a Cauda Longa da publicidade local...).
sexta-feira, janeiro 18, 2008
Por que torço pela Wikipédia
O Biscoito Fino e A Massa, sério candidato a meu blog favorito em português, publicou hoje um post polêmico: Por que eu não recomendo a Wikipedia.
Idelber critica a quantidade de erros encontradas em artigos de diferentes áreas, especialmente das Humanidades. O processo aparentemente democrático seria, no fundo, um ambiente de imposições políticas e ideológicas, que resultariam em duas possibilidades:
O post foi motivado por outro, publicado no Sitio do Sergio Leo, que não se diz um "crente incondicional da Wikipedia", e sim "um adorador incondicional" do projeto.
Fecho com esta posição: sou um fã incondicional do projeto da Wikipédia, pela possibilidade que ela representa de adotarmos uma nova postura perante as informações que consumimos.
O Biscoito Fino... teve, até o momento, 32 comentários no post citado. A maioria esmagadora limitou-se a criticar o projeto, apontar erros crassos encontrados em algum artigo e/ou exaltar as fontes confiáveis (normalmente, impressas).
O que espera-se num wiki é que, identificado um erro, o visitante ocupe-se de consertá-lo, e não criticá-lo. Ao meu ver, o uso de um site colaborativo está submetido a uma ética que nos fazem co-responsáveis pelo produto em construção. Somos responsáveis inclusive quando somos omissos.
A Wikipédia está dominada por uma burocracia stalinista que dá pouco espaço para um debate democrático? É frequentada por assessores de comunicação corporativa pagos para manter uma boa imagem da sua empresa ou causa? Sofre de um perigoso processo de "juniorização", comandada por sábios de 14, 15, 16 anos de idade? Sim, sim, sim.
Não recomendo aos meus alunos consultas à Wikipédia. Mostro a eles como o projeto funciona (surpresa! decepção! nunca mais acesso! vou vandalizar!) e em seguida coloco-os para atualizar artigos de seu interesse (poucos trabalhos os motivam tanto). Muitos continuam acessando e alguns passam a colaborar. Outros desistem quando vêem suas contribuição apagadas pelos administradores.
A meu ver, devemos armar todos os usuários com "paus e pedras" (isto é, mostrar como um wiki funciona e ensinar a operá-lo) e fazer da Wikipédia uma praça pública em constante guerra civil. Teremos mais sobreviventes do que vítimas.
As mesmas idéias defendo no artigo Ler, escrever, editar, comentar, votar... Os desafios do letramento digital na web 2.0 e nos posts sobre o tema já publicados por aqui.
Recomendo ainda a leitura do [Dicas-L] Wikis: é preciso aprender a ler.
Idelber critica a quantidade de erros encontradas em artigos de diferentes áreas, especialmente das Humanidades. O processo aparentemente democrático seria, no fundo, um ambiente de imposições políticas e ideológicas, que resultariam em duas possibilidades:
A primeira é que o grupo mais forte e organizado imponha sua versão, como no caso dos verbetes sobre o Oriente Médio, que são pouco mais que panfletos em defesa de Israel. A segunda é que as várias versões se neutralizem e se produza um monstrengo, onde um trecho contradiz o seguinte (...) O irritante na Wikipedia é a pretensão de neutralidade, quando está óbvio que alguém ali ganhou uma batalha entre visões parciais, para depois conquistar o direito de se apresentar como versão objetiva.Tudo isso além dos erros técnicos por desconhecimento, corporativismo ou má-fé, claro.
O post foi motivado por outro, publicado no Sitio do Sergio Leo, que não se diz um "crente incondicional da Wikipedia", e sim "um adorador incondicional" do projeto.
Fecho com esta posição: sou um fã incondicional do projeto da Wikipédia, pela possibilidade que ela representa de adotarmos uma nova postura perante as informações que consumimos.
O Biscoito Fino... teve, até o momento, 32 comentários no post citado. A maioria esmagadora limitou-se a criticar o projeto, apontar erros crassos encontrados em algum artigo e/ou exaltar as fontes confiáveis (normalmente, impressas).
O que espera-se num wiki é que, identificado um erro, o visitante ocupe-se de consertá-lo, e não criticá-lo. Ao meu ver, o uso de um site colaborativo está submetido a uma ética que nos fazem co-responsáveis pelo produto em construção. Somos responsáveis inclusive quando somos omissos.
A Wikipédia está dominada por uma burocracia stalinista que dá pouco espaço para um debate democrático? É frequentada por assessores de comunicação corporativa pagos para manter uma boa imagem da sua empresa ou causa? Sofre de um perigoso processo de "juniorização", comandada por sábios de 14, 15, 16 anos de idade? Sim, sim, sim.
Não recomendo aos meus alunos consultas à Wikipédia. Mostro a eles como o projeto funciona (surpresa! decepção! nunca mais acesso! vou vandalizar!) e em seguida coloco-os para atualizar artigos de seu interesse (poucos trabalhos os motivam tanto). Muitos continuam acessando e alguns passam a colaborar. Outros desistem quando vêem suas contribuição apagadas pelos administradores.
A meu ver, devemos armar todos os usuários com "paus e pedras" (isto é, mostrar como um wiki funciona e ensinar a operá-lo) e fazer da Wikipédia uma praça pública em constante guerra civil. Teremos mais sobreviventes do que vítimas.
As mesmas idéias defendo no artigo Ler, escrever, editar, comentar, votar... Os desafios do letramento digital na web 2.0 e nos posts sobre o tema já publicados por aqui.
Recomendo ainda a leitura do [Dicas-L] Wikis: é preciso aprender a ler.
quinta-feira, janeiro 17, 2008
Folksonomia: usuários 'tageam' acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA
Que palavras-chave podem descrever esta imagem, produzida entre 1910 e 1915?
Segundo os usuários do Flickr, "mulheres", "tecelã", "tear", "trabalho" e "indústria" são algumas das palavras que, lançadas num mecanismo de busca, representam o conteúdo desta foto.
Até aí nada demais, não fossem esta e centenas de outras imagens parte do acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA, que fechou uma parceria com o maior site de compartilhamento de fotos para que usuários pudesse "tagear" imagens de suas coleções.
Isto é, um trabalho antes restrito aos bibliotecários está, por iniciativa destes, aberto à colaboração do público em geral. O post publicado no blog da Biblioteca (sim, a biblioteca tem blog) é entusiasmado e esclarecedor:
Para mais informações sobre esta revolução, recomendo a leitura de artigo publicado na revista DataGramaZero: Folksonomia: um novo conceito para a organização dos recursos digitais na Web, de Maria Elisabete Catarino e Ana Alice Baptista.
The Library of Congress já publicou duas coleções no Flickr: American Memory: Color photographs from The Great Depression, com 1615 fotos do anos 1930 e 40, período de grande crise nos EUA e The George Grantham Bain Collection, com 1500 fotos P&B de trabalhadores e da cidade de Nova York dos anos 1910.
Outras bibliotecas ou instituições que possam acervos fotográficos podem apresentar-se através da página do projeto Bens Comuns.
P.S.: A iniciativa não é pioneira. Outra experiência já foi feita com obras de arte do Metropolitan Museum.
Segundo os usuários do Flickr, "mulheres", "tecelã", "tear", "trabalho" e "indústria" são algumas das palavras que, lançadas num mecanismo de busca, representam o conteúdo desta foto.
Até aí nada demais, não fossem esta e centenas de outras imagens parte do acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA, que fechou uma parceria com o maior site de compartilhamento de fotos para que usuários pudesse "tagear" imagens de suas coleções.
Isto é, um trabalho antes restrito aos bibliotecários está, por iniciativa destes, aberto à colaboração do público em geral. O post publicado no blog da Biblioteca (sim, a biblioteca tem blog) é entusiasmado e esclarecedor:
The real magic comes when the power of the Flickr community takes over. We want people to tag, comment and make notes on the images, just like any other Flickr photo, which will benefit not only the community but also the collections themselves. For instance, many photos are missing key caption information such as where the photo was taken and who is pictured. If such information is collected via Flickr members, it can potentially enhance the quality of the bibliographic records for the images.É a Folksonomia contaminando de vez a Biblioteconomia e a Ciência da Informação.
Para mais informações sobre esta revolução, recomendo a leitura de artigo publicado na revista DataGramaZero: Folksonomia: um novo conceito para a organização dos recursos digitais na Web, de Maria Elisabete Catarino e Ana Alice Baptista.
The Library of Congress já publicou duas coleções no Flickr: American Memory: Color photographs from The Great Depression, com 1615 fotos do anos 1930 e 40, período de grande crise nos EUA e The George Grantham Bain Collection, com 1500 fotos P&B de trabalhadores e da cidade de Nova York dos anos 1910.
Outras bibliotecas ou instituições que possam acervos fotográficos podem apresentar-se através da página do projeto Bens Comuns.
P.S.: A iniciativa não é pioneira. Outra experiência já foi feita com obras de arte do Metropolitan Museum.
terça-feira, janeiro 15, 2008
Mapeando crimes colaborativamente
O Wikicrimes, desenvolvido pela equipe do professor Vasco Furtado, da Universidade de Fortaleza, permite que qualquer pessoa, mediante cadastro, aponte o local que o furto, roubo ou outro delito aconteceu e forneça dados adicionais sobre o ocorrido. Lançado em dezembro, já registra 185 ocorrências.
Vale a visita e a colaboração.
P.S. - A rigor não trata-se de um wiki, e sim de um mashup.
Vale a visita e a colaboração.
P.S. - A rigor não trata-se de um wiki, e sim de um mashup.
Knol, presente de grego nos 7 anos da Wikipédia?
Sem qualquer referência em suas páginas, a Wikipédia completa hoje 07 anos de funcionamento, marcados por um número impressionante: segundo o ElPais, são hoje 9. 305.766 os artigos já editados em 254 línguas e dialetos.
Desde dezembro de 2007, o projeto tem um virtual concorrente: o Knol, projeto do Google ainda em fase de testes e sem data prevista para lançamento.
Matéria publicada hoje pela Technology Review (Google's Answer to Wikipedia) traz um bom panorama desta disputa.
Suas propostas são bem diferentes: o Knol (palavra derivada de knowledge, ou conhecimento) pretende valorizar a autoria. O artigo terá um autor apenas, que será resposabilizado e levará os créditos pelo material, e todas as informações publicadas devem conter as fontes de pesquisa e referências do autor (formação e local de trabalho, por exemplo).
São incentivados a publicação de vários artigos com diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto, incentivando uma competição saudável entre os pares. O público será convidada a dar notas aos artigos e os mais bem avaliados ganhariam mais destaque na busca do Google (pergunta relevante: o conteúdo da Knol teria um peso maior na hierarquização da busca do Google? Isso comprometeria toda a credibilidade do buscador, não?)
A reprodução de tela publicada pelo Google deixa claro que a interface é baseada nos sites de relacionamento, incluindo foto, estrelinhas e comentários dos visitantes. Em suma, um Orkut para discussões sérias e mais elaboradas.
Motivação para contribuir? Além do reconhecimento, que é a mola propulsora das comunidades on-line, uma remuneração a partir de anúncios do AdSense.
Mark Pellegrini, admistrador ativo da Wikipédia, aposta que a publicação de muitos artigos sobre o mesmo tema não vai superar a edição coletiva de um único texto. Além disso, vê um sério risco de cada autor fechar-se em suas referências, evitando links para outros artigos, por exemplo.
Ainda que as propostas da Knol e da Wikipédia sejam muito diferentes, parece-me certo que os projetos podem tornar-se concorrentes na atenção e preferência do público e de especialistas em busca de visibilidade.
Leia também: Official Google Blog: Encouraging people to contribute knowledge
Desde dezembro de 2007, o projeto tem um virtual concorrente: o Knol, projeto do Google ainda em fase de testes e sem data prevista para lançamento.
Matéria publicada hoje pela Technology Review (Google's Answer to Wikipedia) traz um bom panorama desta disputa.
Suas propostas são bem diferentes: o Knol (palavra derivada de knowledge, ou conhecimento) pretende valorizar a autoria. O artigo terá um autor apenas, que será resposabilizado e levará os créditos pelo material, e todas as informações publicadas devem conter as fontes de pesquisa e referências do autor (formação e local de trabalho, por exemplo).
São incentivados a publicação de vários artigos com diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto, incentivando uma competição saudável entre os pares. O público será convidada a dar notas aos artigos e os mais bem avaliados ganhariam mais destaque na busca do Google (pergunta relevante: o conteúdo da Knol teria um peso maior na hierarquização da busca do Google? Isso comprometeria toda a credibilidade do buscador, não?)
A reprodução de tela publicada pelo Google deixa claro que a interface é baseada nos sites de relacionamento, incluindo foto, estrelinhas e comentários dos visitantes. Em suma, um Orkut para discussões sérias e mais elaboradas.
Motivação para contribuir? Além do reconhecimento, que é a mola propulsora das comunidades on-line, uma remuneração a partir de anúncios do AdSense.
Mark Pellegrini, admistrador ativo da Wikipédia, aposta que a publicação de muitos artigos sobre o mesmo tema não vai superar a edição coletiva de um único texto. Além disso, vê um sério risco de cada autor fechar-se em suas referências, evitando links para outros artigos, por exemplo.
Ainda que as propostas da Knol e da Wikipédia sejam muito diferentes, parece-me certo que os projetos podem tornar-se concorrentes na atenção e preferência do público e de especialistas em busca de visibilidade.
Leia também: Official Google Blog: Encouraging people to contribute knowledge
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Leituras pós-férias
Pouco a pouco vamos nos inteirando das novidades deste início de ano.
Compartilho aqui alguns links que me chamaram a atenção. Por ora me limitei aos feeds da grande imprensa.
El Pais: "El poder tiene miedo de Internet". Em entrevista, o sociólogo Manuel Castells reafirma que a "Internet es la extensión de su vida", sobre possíveis impactos na sociabilidade, e reforça sua preferência pelo termo Sociedade em Rede para denominar o atual momento da globalização. Assinantes UOL podem ler a tradução para português.
Wired: DRM Is Dead, But Watermarks Rise From Its Ashes - após abandonar de vez o DRM, as grandes gravadores experimentam a insersão de uma "marca d'água" nos arquivos de música vendidos via internet. A reprodução não seria bloqueada, mas seria possível rastrear a origem do arquivo.
Folha On-Line: Análise: Al Qaeda usa internet para divulgar ideologia do terror
Comunique-se: Correio da Bahia muda para afastar viés político
Em breve outros links, neste ou em outro post.
Compartilho aqui alguns links que me chamaram a atenção. Por ora me limitei aos feeds da grande imprensa.
El Pais: "El poder tiene miedo de Internet". Em entrevista, o sociólogo Manuel Castells reafirma que a "Internet es la extensión de su vida", sobre possíveis impactos na sociabilidade, e reforça sua preferência pelo termo Sociedade em Rede para denominar o atual momento da globalização. Assinantes UOL podem ler a tradução para português.
Wired: DRM Is Dead, But Watermarks Rise From Its Ashes - após abandonar de vez o DRM, as grandes gravadores experimentam a insersão de uma "marca d'água" nos arquivos de música vendidos via internet. A reprodução não seria bloqueada, mas seria possível rastrear a origem do arquivo.
Folha On-Line: Análise: Al Qaeda usa internet para divulgar ideologia do terror
Comunique-se: Correio da Bahia muda para afastar viés político
Em breve outros links, neste ou em outro post.
domingo, janeiro 13, 2008
Foto: Cachoeira do Buracão
De volta de ótimas férias pelo litoral e interior baiano.
Enquanto retorno lentamente (rapaz, pra que pressa?), posto aqui algumas imagens e vídeos.
De cara, a Cachoeira do Buracão, localizada no município de Ibicoara, na Chapada Diamantina. Que me desculpem Tabuleiro e Casca d'Anta, mas pelo "conjunto da obra" (caminhada, canions, paredão, queda d'água), o Buracão é a cachoeira mais bacana que já visitei. Outras fotos no Flickr.
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