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quinta-feira, junho 22, 2006

TV Digital na Copa? Quase...

Depois muitos adiamentos e especulações, tudo indica que a definição do padrão de TV Digital adotado pelo Brasil sai mesmo na próxima semana - faltaria acertar apenas especificações técnicas com os japoneses.

Enquanto isso, a geração de imagens nos estádios da Copa da Alemanha, assim com as transmissões via satélite às emissoras autorizadas, já é digital e em alta resolução. A transmissão digital do evento via TV aberta era a grande aposta de marketing da emissoras abertas, especialmente da Globo, mas o atraso limitou os testes em alta definição para telespectadores "muito especiais", como os funcionários do Ministério da Comunicação.

A TV por assinatura, que não depende da definição do padrão para operar digitalmente, aproveitou para colocar na praça algumas novidades: A TVA gaba-se de realizar a primeira transmissão em alta definição do país, restrita a assinantes dispostos a comprar uma TV de plasma compatível com a qualidade do sinal. Após a Copa, a promessa é de novos programas no formato.

O Sportv traz duas novidades ainda dissociadas. No canal SporTV Copa, a transmissão é em formato 16:9 (para todos assinantes) e com alta qualidade de som e áudio (restrito a assinantes da Sky e dos serviços digitais da Net).

Já o SporTV 2 trabalha para educar o telespectador frente à interface típica das TVs interativas: uma tela dividida em três partes, onde além da imagem principal são apresentados dados da partida e a imagem de uma câmera extra, que geralmente acompanha um jogador de destaque.

Por não oferecer interatividade (na TV Digital será possível navegar pelos quadrantes, inclusive selecionando apenas um deles em tela cheia), a experiência não agradou a maioria das pessoas com as quais conversei. Particularmente gostei da câmera extra (observar todo o tempo o comportamento de Beckham nos jogos da Inglaterra, sempre isolado na lateral, fugindo do jogo, é a prova da limitação técnica do suposto craque), mas acredito que as estatísticas precisam de um tratamento maior para serem de fato relevantes. Será que o Sportv não tem ninguém para elaborar informações adequadas àquele espaço?

De todo modo, esta é possivelmente a única experiência que foge da restritiva associação entre TV Digital e HDTV, que é de óbvio interesse das emissoras já estabelecidas.

quarta-feira, junho 14, 2006

Pela Neutralidade da Rede

Poderia a internet se tornar um serviço pago como as TVs por assinatura? Ou poderá haver diferenças na qualidade e velocidade do serviço daqueles dispostos a pagar pelo tráfego de dados?

Rompendo com o modelo horizontal, baseado na "neutralidade na rede" que caracteriza a internet, estas possibilidades tornaram-se reais quando a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos, que regulamenta o setor por lá, enviou ao Senado dos EUA projeto que dá novos poderes às grande organizações de telecomunicações. Empresas com a gigante AT&T poderiam cobrar tarifas por serviços específicos, rompendo o modelo de negócio hoje vigente, que baseia-se no acesso (vale lembrar que umas das estratégias já consideradas para acabar com o spam é a tarifação do envio de e-mails).

O contra-ataque, evidentemente, já começou. Milhares de organizações, blogueiros e cidadãos já reunem em torno de sites como Save the Internet e It´s Our Net para evitar a aprovação do projeto.

Leituras adicionais: Ameaça à internet livre, do Estadão, e No Tolls on The Internet, artigo publicado no Washigton Post. Também Why the Democratic Ethic of the World Wide Web May Be About to End (editorial do NYTimes) e repercuções no Google Blog. Links via Carnet de Notes.