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domingo, janeiro 31, 2010

Divagações sobre a #cparty e Encontro de Rede Vivo

(este post poupa-te de desculpas sobre os motivos deste blog continuar abandonado. Entre tuitadas mais ou menos frequentes e um esforço concentrado nas publicações e no adiantar da tese de doc, nada deve mudar nos próximos tempos).

A convite do Instituto Vivo e da Papagallis estive, por um dia, na Campus Party. A proposta, tão obscura quanto instigante, era participar de "conversações" baseadas na pergunta "Redes digitais ou redes sociais. Afinal, quem está conectado vive e aprende em rede?".

De cara, achei bacana o convite ter partido do Rafael Munduruca e do Cristiano Sávio, dois ex-alunos do curso de Jorn. da UFV - não foram meus alunos, diga-se. Um tanto imerso em leituras conceituais e cansado das exposições egocêntricas e pouco relevantes dos eventos acadêmicos, topei sem pestanejar.

As conversas foram instigantes, talvez menos pelas idéias do que pelo formato e pelas conexões estabelecidas. Em um ambiente tão ruidoso quanto a Campus Party, foi mais produtivo sentar em torno da mesa e ouvir os interlocutores sem microfone ou streaming (sim, tinha gente ouvindo palestra via web dada a barulheira constante no local).

Cada vez parece-me mais nítida a recorrente idéia de estudiosos e articuladores da web: tão ou mais importantes que os pontos da rede são as conexões estabelecidas entre eles. Nessa vibe, foi bacana conhecer o relato do Wagner Merije sobre como os celulares estão entrando pela porta da frente das escolas no projeto Minha Vida Mobile. Boto fé que a Ivana Bentes vai conseguir transformar a Escola de Comunicação da UFRJ (da qual agora é diretora) em um espaço acadêmico a la Pontões de Cultura.

Surpreendi-me com a revista sobre "Transparência" que o Fernando Barreto e a Lívia Ascava, da WebCitizen, distribuiram após o bate-papo. No editorial da "Gotas", a WebCitizen apresenta-se como "uma empresa privada que se propõe a atender o interesse público e ganhar dinheiro com isso". Gostei, assim como do projeto Vote na Web, que recomendara antes pelo twitter.

Até o chá de aeroporto após o cancelamento do vôo para BH foi compensado por um papo bacana sobre games, aplicativos, pesquisas e a vida em BH com o Daniel Coquieri, da O2Games. Hei de ficar de olho no trabalho deles.

Sobre a #cparty em geral, as poucas horas que passei flanando por lá me permitem concluir que, definitivamente, não é um espaço onde eu ficaria acampado ou imerso por dias a fio. Minha experiência com tecnologia liga-se à vida cotidiana, que para mim é preferencialmente diurna e vivida ao ar livre, e não num galpão regado a Red Bull madrugada a dentro.

Falando assim, parece que odiei. Não: curti bastante. Entregue à característica dispersiva que o ambiente cultiva, dei umas boas voltas pelas diferentes alas e tribos, evitando, no entanto, um olhar excessivamente antropológico. Como meu netbook não tem entrada para ponto de rede e as redes sem fio eram armadilhas dos hackers de plantão, ironicamente fiquei quase off-line e alheio à mítica conexão 10Gb.

Pesquei um trecho do debate sobre pesquisa de blogs com o André Lemos e o Rogério Christofoletti (links para posts sobre a #cparty), um centrado Gilberto Gil falando das relações Estado e Iniciativa Privada (tema: Plano Nacional de Banda Larga), um culto meio desmedido ao Tas, papos sobre Inteligência Artificial, mercado de games e Creative Commons. Nos intervalos, o @todearaujo e sua turma recém-formada (presencialmente) atuaram como guias que explicam as localizações e as sensações do evento.

Ano que vem espero passar mais um, quem sabe dois dias por lá.

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