Após 13 anos de implementação, o Orçamento Participativo da Prefeitura de Belo Horizonte exibe números de impacto: mais de mil obras foram escolhidas e executadas no período, num gasto de U$ 170 milhões.
Uma característica, no entanto, sempre foi o ponto fraco da proposta: as discussões e votações em cada regional não seriam de fato representativas, pois atrairiam um público restrito, mobilizado por questões políticas ou por um interesse pessoal na aprovação de uma obra. Uma parcela significativa dos moradores estaria voluntariamente alienada do processo e distante das discussões de interesse público.
A nova proposta da PBH, supreendentemente inédita no Brasil, abre espaço para aqueles que, em diferentes escalas, migraram para outros ambientes de organização social: os usuários de internet.
No Orçamento Participativo Digital, entre 01 e 30 de novembro qualquer eleitor residente em BH (o título eleitoral será o documento exigido) poderá escolher uma das quatro obras listadas em cada regional.
Para quem não tem fácil acesso à internet, a Prefeitura oferece os equipamentos das escolas municipais, telecentros comunitários e de uma carreta com salas de aula e computadores.
É um início muito promissor para a democracia direta assumir a faceta digital alardeada por Pierre Levy e outros estudiosos com tendências futuristas.
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