Duas iniciativas de produção coletiva de textos vinculadas a grandes eventos do mercado editorial:
na Bienal do Livro de Minas (que vai até 25 de maio, domingo) o Projeto Livro Aberto convida os interessados a escreverem histórias a partir das idéias registradas pelo visitante anterior.
O site está abaixo da crítica, não encontrei absolutamente nada sobre a atividade (sequer a programação da Bienal), mas o Mercado Web Minas afirma que o resultado será publicado no site da Universidade Fumec.
Em São Paulo, o escritor Moacyr Scliar deu início a uma história e os interessados podem enviar contribuições de até 20000 caracteres para o Livro de Todos. Neste projeto observa-se fica clara a "mão pesada" dos editores: "todos os textos escritos serão enviados para uma comissão de edição que poderá utilizar livremente todo o texto ou partes deste texto na composição final do conteúdo", dizem no site.
A edição será diária até 16 de junho e a versão final será lançada na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre 14 e 24 de agosto.
domingo, maio 18, 2008
quarta-feira, maio 14, 2008
(BH) Seminário Mineiro de Educação Profissional e Tecnológica
Interessados em Educação a Distância têm encontro marcado no evento promovido pelo Senactec nos dias 29 e 30 de maio.
Na programação, debates e oficinas sobre Ambiente Virtual de Aprendizagem, Convergência digital, TV digital e Webconferência.
Até 20 de maio, as inscrições custam R$250. O evento promovido pelo Senac Minas acontece no Hotel Mercure, em Belo Horizonte.
Na programação, debates e oficinas sobre Ambiente Virtual de Aprendizagem, Convergência digital, TV digital e Webconferência.
Até 20 de maio, as inscrições custam R$250. O evento promovido pelo Senac Minas acontece no Hotel Mercure, em Belo Horizonte.
sexta-feira, maio 09, 2008
O futuro do jornalismo, por Rosental Calmon Alves
Com o entusiasmo juvenil e uma atuação performática digna de publicação no Youtube, o professor Rosental Calmon Alves ministrou a palestra (Re)Construção do jornalismo para a Era Digital durante o 3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.
Durante uma hora e meia, o diretor Knight Center for Journalism in the Americas (Texas) tentou convencer uma platéia quase assustada que as perspetivas da mídia e do jornalismo são ao mesmo tempo dramáticas e promissoras.
Atônitos, os estudantes e profissionais não estão sozinhos: segundo Rosental, a postura é compartilhada por muitos proprietários das mídias tradicionais, que sabem que algo está acontecendo mas não sabem o que fazer daqui pra frente.
(Sintomaticamente, a palestra correu em um auditório off-line. Pensando bem, pouca diferença fez para a grande maioria - para se ter uma idéia, só meia dúzia dos presentes, incluindo o próprio palestrante, conhecia o Twitter).
Alguns pontos destacados:
- Mais do que uma revolução tecnológica, a internet traz uma ruptura histórica comparável a dois momentos: revolução do tipo móvel e Revolução Industrial.
Vivemos um intenso processo de remediação do complexo de mídias. Usando conceitos de Roger Fidler, argumenta que não estamos presenciando uma midiamorfose, que foi o processo de adaptação das mídias de massa na era industrial, mas um midiacídio, ou morte de um sistema midiático, que dá lugar a outro. Basta lembra que o Google é empresa de mídia, e cada vez mais importante.
- Ruptura do modelo emissor/receptor ainda causa pânico nas redações. Sem especificar qual, citou uma publicação onde os jornalistas estão em "estado de rebelião" porque o site agora aceita comentários dos leitores. E mais: "NYT morre de medo dos comentários".
A imprensa é apenas um dos elementos do complexo de midias cotidiano do público. Dividem espaço, entre outros, com as mídias sociais, onde os indivíduos conectados tomam o poder da midia. A "pessoa em rede", no melhor estilo "broadcast yourself", cativa e fideliza suas microaudiências. A comunicação midia-centrica torna-se "eu-centrica", com controle total sobre a produção, edição, acesso, distribuição de conteúdos.
Notícia era o fim, hoje é o começo de uma discussão em que o jornalista deve preservar a posição de editor ou mediador do debate. Neste sentido, uma investigação jornalística pode ser aberta, através da publicação de um resultado parcial sobre uma fraude, por exemplo, solicitando ao público complementos àquela informação inicial.
- Jornalismo é conservador e hierarquizado. Talvez por isso, vive um cenário mais que preocupante. Nos EUA, houve a eliminação de 3.600 vagas de jornalistas nos EUA na última década, configurando a pior crise da história da imprensa.
O modelo traçado é de desconstrução de seu modelo industrial para novas estruturas adequadas à era digital, com eixo principal na internet (Web first!).
Praticamente todas as redações dos EUA adotaram operações híbridas: digital + papel. Mais do fusão, exige-se uma alteração conceitual no modelo de operação. Como o modelo da
Gannett: redação deixa de ser newsroom e torna-se information center.
Dois exemplos:
Atlanta Journal Constitution alterou a estrutura da redação de 12 para 4 seções: noticias e informações (dia-a-dia), enterprise news (reportagens especiais), edição impressa (editores, diagramadores etc) e digital/Web.
El Tiempo (Colômbia) implementou dois departamentos: um que busca notícias e outra que as publica.
Para mais sobre o tema, vale uma leitura do artigo Jornalismo digital: Dez anos de web… e a revolução continua, publicado em 2006 na revista Comunicação e Sociedade.
Durante uma hora e meia, o diretor Knight Center for Journalism in the Americas (Texas) tentou convencer uma platéia quase assustada que as perspetivas da mídia e do jornalismo são ao mesmo tempo dramáticas e promissoras.
Atônitos, os estudantes e profissionais não estão sozinhos: segundo Rosental, a postura é compartilhada por muitos proprietários das mídias tradicionais, que sabem que algo está acontecendo mas não sabem o que fazer daqui pra frente.
(Sintomaticamente, a palestra correu em um auditório off-line. Pensando bem, pouca diferença fez para a grande maioria - para se ter uma idéia, só meia dúzia dos presentes, incluindo o próprio palestrante, conhecia o Twitter).
Alguns pontos destacados:
- Mais do que uma revolução tecnológica, a internet traz uma ruptura histórica comparável a dois momentos: revolução do tipo móvel e Revolução Industrial.
Vivemos um intenso processo de remediação do complexo de mídias. Usando conceitos de Roger Fidler, argumenta que não estamos presenciando uma midiamorfose, que foi o processo de adaptação das mídias de massa na era industrial, mas um midiacídio, ou morte de um sistema midiático, que dá lugar a outro. Basta lembra que o Google é empresa de mídia, e cada vez mais importante.
- Ruptura do modelo emissor/receptor ainda causa pânico nas redações. Sem especificar qual, citou uma publicação onde os jornalistas estão em "estado de rebelião" porque o site agora aceita comentários dos leitores. E mais: "NYT morre de medo dos comentários".
A imprensa é apenas um dos elementos do complexo de midias cotidiano do público. Dividem espaço, entre outros, com as mídias sociais, onde os indivíduos conectados tomam o poder da midia. A "pessoa em rede", no melhor estilo "broadcast yourself", cativa e fideliza suas microaudiências. A comunicação midia-centrica torna-se "eu-centrica", com controle total sobre a produção, edição, acesso, distribuição de conteúdos.
Notícia era o fim, hoje é o começo de uma discussão em que o jornalista deve preservar a posição de editor ou mediador do debate. Neste sentido, uma investigação jornalística pode ser aberta, através da publicação de um resultado parcial sobre uma fraude, por exemplo, solicitando ao público complementos àquela informação inicial.
- Jornalismo é conservador e hierarquizado. Talvez por isso, vive um cenário mais que preocupante. Nos EUA, houve a eliminação de 3.600 vagas de jornalistas nos EUA na última década, configurando a pior crise da história da imprensa.
O modelo traçado é de desconstrução de seu modelo industrial para novas estruturas adequadas à era digital, com eixo principal na internet (Web first!).
Praticamente todas as redações dos EUA adotaram operações híbridas: digital + papel. Mais do fusão, exige-se uma alteração conceitual no modelo de operação. Como o modelo da
Gannett: redação deixa de ser newsroom e torna-se information center.
Dois exemplos:
Atlanta Journal Constitution alterou a estrutura da redação de 12 para 4 seções: noticias e informações (dia-a-dia), enterprise news (reportagens especiais), edição impressa (editores, diagramadores etc) e digital/Web.
El Tiempo (Colômbia) implementou dois departamentos: um que busca notícias e outra que as publica.
Para mais sobre o tema, vale uma leitura do artigo Jornalismo digital: Dez anos de web… e a revolução continua, publicado em 2006 na revista Comunicação e Sociedade.
sexta-feira, maio 02, 2008
Links locais num quase feriado
Agenda local: a turnê literária de David Lynch, em agosto, incluirá BH (dica do Marcelo).
Em outubro, Mudhoney está de volta ao Brasil. Vêm a BH no dia 10/10, quem sabe repetindo a sensacional guerra de cuspes com a platéia que marcou o show anterior por aqui no ano 2000 ou 2001.
Um tanto impressionante o relato da Camila Cortiella, quase foi presa porque carregava uns panfletos da Marcha da Maconha.
Bazar 21 relata que estão abertas as inscrições de projetos com ênfase em novas mídias e/ou tecnologias para Pecha Kucha Night (PKN), um dos eventos do Emoção Art.ficial, que acontece em SP de 03 a 05 de julho.
P.S. Este post é fruto do esforço (não disse sacrifício) de acompanhar mais de perto a blogosfera belohorizontina. Várias idéias de atuação local estão pipocando, espero conseguir priorizá-las num futuro não muito distante. Interessados?
Em outubro, Mudhoney está de volta ao Brasil. Vêm a BH no dia 10/10, quem sabe repetindo a sensacional guerra de cuspes com a platéia que marcou o show anterior por aqui no ano 2000 ou 2001.
Um tanto impressionante o relato da Camila Cortiella, quase foi presa porque carregava uns panfletos da Marcha da Maconha.
Bazar 21 relata que estão abertas as inscrições de projetos com ênfase em novas mídias e/ou tecnologias para Pecha Kucha Night (PKN), um dos eventos do Emoção Art.ficial, que acontece em SP de 03 a 05 de julho.
P.S. Este post é fruto do esforço (não disse sacrifício) de acompanhar mais de perto a blogosfera belohorizontina. Várias idéias de atuação local estão pipocando, espero conseguir priorizá-las num futuro não muito distante. Interessados?
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